terça-feira, 19 de junho de 2012

FEIOS, SUJOS E MALVADOS

Um dos meus cineastas italianos favoritos é Ettore Scola, que dirigiu obras-primas como Nós, que nos amávamos tanto (1974), Um dia muito especial (1977) , Casanova e a revolução (1982), Splendor (1989) e A viagem do Capitão Tornado (1990).

Além, é claro, de Feios, sujos e malvados (1976), a mais lembrada --não só pela excelência cinematográfica, mas também porque seu título aplica-se a muitas situações do cotidiano e, principalmente, da política.

Quanto à foto principal, no entanto, talvez seja impróprio traçarmos paralelo com um filmaço desses; afinal, nenhum dos atores nela mostrados tem, nem de longe, a dignidade de um Nino Manfredi.

Como a correspondência só pode ser com canastrões, veio-me logo à mente o nome de Victor Macture. Que, apropriadamente, interpreta em Sansão e Dalila (1949) um personagem que perdeu a força quando lhe cortaram o cabelo.

Há também quem perca a identidade política quando privado da barba.

Torçamos para que a reencontre antes de novos vexames. Embora, é claro, seja mais fácil deixar a barba crescer de novo do que reconquistar a credibilidade perdida.

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