segunda-feira, 26 de março de 2012

CUBA ENVERGONHA A REVOLUÇÃO. O PAPA ENVERGONHARÁ O CATOLICISMO?

Eram estes que faziam o que bem
entendiam sem dar satisfações a ninguém
Cuba, lamentavelmente, repete práticas vetustas, obtusas e autoritárias como a de prender cidadãos que poderiam criar embaraços para o regime durante a visita do Papa.

Isso os antigos faziam com prostitutas e marginais.

E ditaduras costumam fazer com seus descontentes.

É cansativo e tedioso ser obrigado a repetir o óbvio, mas adultos jamais podem ser tutelados: se cometem crimes, que sejam indiciados; se não cometeram crime, estado nenhum tem o direito de privá-los  preventivamente  da liberdade ou de restringir seus direitos civis.

Os dirigentes cubanos envergonham a revolução ao impedirem a saída do país da blogueira Yoani Sánchez sem acusá-la formalmente de coisa nenhuma e ao deterem 150 pessoas apenas porque, presumivelmente, encabeçariam protestos ou deles participariam durante a estada de Bento 16.

Nós, revolucionários, existimos para conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização, não para restaurar o absolutismo.

Finalmente: Bento 16 envergonhará os católicos do mundo inteiro caso não exija a imediata libertação de quem não deveria ter sido preso.

Se fosse um papa de fibra, nem sequer desembarcaria na ilha enquanto alguém estivesse detido em função de sua visita.

9 comentários:

Anônimo disse...

Eu achei que você pediria ao Papa para falar sobre a libertação dos 5 cubanos presos em Miami, mas isso seria esperar demais de um trotskista.

celsolungaretti disse...

O Papa pode até se posicionar a este respeito, mas, noblesse oblige, sua primeira e principal preocupação tem de ser a de evitar que sua visita dê ensejo a prisões arbitrárias.

E Cuba teria muito mais moral para reivindicar justiça --inclusive quanto ao embargo econômico que sofre-- se também não incidisse em práticas aberrantes.

Ao fornecer trunfos óbvios para a imprensa burguesa satanizá-la, Cuba perde a chance de ganhar algumas paradas que poderia ganhar, como o fim do embargo e a saída dos estadunidenses de Guantánamo.

O pior é que atrai descrédito não só sobre si, mas também sobre os revolucionários em geral. Os reacionários deitam e rolam, vendendo a idéia de que todas as revoluções visam à instalação de ditaduras grotescas.

E é isto que realmente me preocupa pois, acima de tudo, meu compromisso é com a REVOLUÇÃO BRASILEIRA.

É aquela para a qual tenho a obrigação de dedicar meus melhores esforços. É aqui que eu posso fazer a diferença, não alhures.

Detesto que, com um autoritarismo tão primário quanto contraproducente, os cubanos fiquem municiando nossos inimigos e atrapalhando nossa acumulação de forças por aqui.

ismar disse...

Quero cada vez mais distância deste regime cubano.

Não é a mesma Cuba revolucionária dos anos 1960/70, infelizamente.

Que tristeza constatar que a outrora Ilha revolucionária, espelho para toda a américa latina se transformou numa grande prisão.

Grande abraço, Celso. Suas palavras são sempre sensatas. A maioria da esquerda se coloca ao lado da ditadura dos Castro, só quero ver quando o regime ruir e o povo ir para as ruas de Havana comemorar a morte dos dois (Fidel e Raul)(está próximo), como é que vão ficar os atuais defensores.

celsolungaretti disse...

Meu caro Ismar,

é com muita tristeza que escrevo textos como este.

Cuba foi um caso de revolução asfixiada. Fidel e Che não queriam cair na dependência da URSS e tudo fizeram para evitá-lo, pois sabiam muito bem o que adviria.

Mas, as ameaças e sabotagens estadunidenses eram fortes demais e Cuba teve de aceitar a proteção soviética.

Aí, em 1962, percebeu como era vexatória a posição de títere da URSS, que botou os mísseis lá e depois negociou a retirada com os EUA sem darem a mínima satisfação aos "hospedeiros" dos mísseis. Uma afronta.

O Che ainda tentou romper o isolamento de Cuba, indo à luta no Congo e na Bolívia, enquanto o Fidel impulsionava a luta armada latino-americana no histórico congresso da OLAS.

Quando tudo isso teve resultados trágicos, Cuba não teve saída se não tornar-se "teúda e manteúda" da URSS, adotando o modelo stalinista do qual não conseguiu se livrar até hoje.

Foi uma bela revolução e o Che é um belo mito. Pena que tudo tenha acabado tão mal.

Valmir disse...

qual revolução que cuba envergonha???
a da Coreia do Norte, da China, do Vietnã??? somos todos náufragos da utopia...

Luis Henrique disse...

150 segundo quem? Provas? Ou só palavras?

celsolungaretti disse...

Segundo os defensores de direitos humanos que, por motivos óbvios, não podem ficar fornecendo nomes de presos, pois estes podem ser retaliados.

Luis Henrique disse...

Não estou exigindo nomes, mas quero pelo menos uma razão do porquê tudo o que o Elizardo Sánchez transforma-se em verdade absoluta.

celsolungaretti disse...

O que importa a quantidade? Se fosse um único cidadão intimado a permanecer trancado em casa sem ter sido condenado à prisão domiciliar, isto seria inaceitável, prática de república das bananas e não de um estado socialista.

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