domingo, 13 de novembro de 2011

TÚNEL DO TEMPO: JORNAL DA DITABRANDA VOLTA AO QUE ERA 40 ANOS ATRÁS

O jornal da  ditabranda, sempre travando o mau combate, mobilizou seus pesquisadores de opinião para dar argumento aos defensoreres da escalada autoritária na Universidade de São Paulo.

Gostou tanto do resultado que o trombeteou na capa: "58% dos alunos da USP apoiam a PM no campus".

Nenhuma novidade. Também em 1968 os estudantes de Exatas e Biológicas, em sua maioria, queriam apenas o diploma, a profissão bem paga, a carreira e o status. Que a cidadania fosse para o diabo. Que o povo continuasse pisoteado pelas botas militares.

A liberdade só era prioridade para os alunos de Humanas, como continua sendo até hoje.

E os reacionários da época usavam o mesmíssimo bordão contra os justos e os idealistas: universidade é lugar para estudar, não para fazer baderna.

Agora acrescentam: nem para se fumar maconha.

Pois bem, não fujo da raia e afirmo com todas as letras: hoje, os que apenas desempenham cegamente suas profissões, sem levarem em conta os efeitos sociais que elas produzem, desprovidos de espírito crítico, alheios à terrível desigualdade que tudo corrompe e a tudo distorce, contribuindo para que o capitalismo continue nos conduzindo a todos para os abismos econômico e ecológico, são mais perniciosos do que os maconheiros.

Não é neste nível que deve ser colocada a discussão, claro! 

Mas, os empedernidos fascistóides não cansam de apelar para a demagogia mais rasteira, distorcendo os reais motivos da crise ao omitirem:
  • que se tratou da consequência inevitável das decisões atrabiliárias de um reitor ultradireitista até a medula; 
  • que o movimento estudantil sempre foi contra a presença de brucutus fardados no campus; e 
  • que a prisão dos três jovens não passou da gota d'água que entornou o copo.
Nesta comédia de erros e de falácias, o mais inaceitável é a miopia e pequenez moral dos velhos e novos esquerdistas que se deixam intimidar pelos rolos compressores midiáticos e se omitem do DEVER de darem integral apoio ao movimento estudantil -- o qual, com todas as limitações atuais, é quem carrega as esperanças de um Brasil melhor.

O outro lado só nos promete injustiças e mais injustiças, alienação e mais alienação, repressão e mais repressão.

Um comentário:

Luiz Brasileiro disse...

A mídia, o PIG, sempre combateu os movivmentos sociais caluniando-os e desinformando a sociedade.

Aqui na Bahia o jornal A TARDE cometeu as mesmas infâmias contra o movivmento estudantil. Presenciei as dos anos 80 e 90. Este jornal nunca encampou a luta pela melhoria do ensino, a começar pela dotação de grandes quantidades de livros para as bibliotecas das escolas públicas. Hoje está fechando as portas por falta de leitores, uns porque não sabem ler, outros porque não querem sujar as mãos com a coisa marron, a imprensa marron. Como diz um amigo: a semeadura é facultativa, mas a colheita é obrigatória…

Os estudantes sempre defenderam a Universidade mais que os professores e funcionários. Uns poucos professores como Marilena Cahuí e o mestre Antônio Cândido compõem a exceção.

O movimento estudantil sempre defendeu a autonomia universitária contra todo tipo de policiamento com a garra que outros que têm mais responsabilidades e mais a ganhar nunca tiveram; defendeu melhorias materiais que nem os reitores ousaram reivindicar.

Que ninguém se engane, os jornalões vão pagar caro por perseguir estudantes, não se persegue a inteligência gratuitamente, a estupidez sempre cobra um preço alto ao estúpido, principalmente nestes casos.

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