quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SEM A MÍNIMA COERÊNCIA

O salário-mínimo foi instituído em 1940 por Getúlio Vargas para garantir a uma família-padrão de quatro pessoas (o casal e dois filhos) o suficiente para sua subsistência, com alguma sobra.

A Constituição de 1988 reafirmou que o mínimo deve atender às necessidades do trabalhador e sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência.

Então, só podemos concluir que, há décadas, os sucessivos governos vêm burlando despudoradamente a Constituição, com a cumplicidade do Legislativo.

Por quê? O Brasil não tem recursos para assegurar uma subsistência digna a cada família de trabalhadores?

Não, os recursos são mais do que suficientes.

Mas, o capitalismo os desvia para outros fins, antagônicos aos da grande maioria dos brasileiros. Embora seja uma categoria moral e não econômica, o adjetivo perverso continua sendo o que melhor o define.

Do governo de um partido dos trabalhadores, tínhamos o direito de esperar que se comportasse como tal, fixando o mínimo num patamar condizente com o papel que deveria cumprir e pondo a nu a contradição fundamental entre o bem comum e o lucro -- primeiro passo para a conscientização das grandes massas.

Só posso deixar registrados minha mais profunda decepção e meu mais veemente protesto face à decisão do Governo Dilma Rousseff de apenas gerenciar o capitalismo, agindo em conformidade com a racionália da classe dominante e esquecendo seu compromisso com a justiça social.

4 comentários:

Anônimo disse...

Discorodo!!! Existe uma acordo. Esse acordo está sendo cumprido.. Fopi feito com as centrais Sindicais. Por favor!!!

damastor dagobé disse...

O Vitiligo da Presidenta
O pessoal que defendia a brancura do Michael Jackson alegava ser decorrência do vitiligo: o mesmo vitiligo que branqueava a pele afinava o nariz e alisava o cabelo.
A submissão da presidenta aos PIGs é a mesma coisa; dizem seus defensores na “esquerda” que é pura estratégia sofisticada e sutil, além da compreensão de mentes estreitas e tacanhas.
-os cortes orçamentários que ela vai fez para agradar os banqueiros também fazem parte dessa estratégia né?
-a miséria do salário mínimo defendida e aprovada pelo governo.
- a penalização dos trabalhadores com limites drásticos em aposentadorias também.
Acho que essa turma sofre de vitiligo mental.

Geraldo Galvão disse...

Nem vou me dar ao trabalho de pesquisar: tenho certeza que nem em 1940 ele cumpria com esse enunciado. Que tal uma analise mais profunda sobre o motivo que a discussão do valor do salário mínimo causa tanto problema? Não é por perversidade que a Dilma resistiu à pressão demagógica e oportunista da Força Sindical e da CUT, que se aliaram à oposição para tentar derrotar o governo na primeira votação importante do ano. Se for verdade que a cada R$1,00 de aumento, o impacto sobre as contas da previdência seria de R$300.000.000,00, chegaríamos ao total de R$4.500.000.000,00 ao ano. Existe um acordo entre as Centrais Sindicais e o Governo de valorização do salário. E acordo é para ser cumprido.

celsolungaretti disse...

Geraldo, sem ser uma fortuna, o mínimo de 1940 dava para uma família de 4 pessoas viver frugalmente. Já os R$ 545 atuais são salário de fome, um insulto à classe trabalhadora, simplesmente.

Quanto a essas continhas, são as que a burguesada sempre esfregou em nosso nariz. Antes, a CUT e o PT as denunciavam e detonavam. Agora, repetem o blablablá do sistema.

Só falta também dizerem, como o Delfim Netto fazia, que precisamos esperar o bolo crescer, para depois ele poder ser dividido...

Quanto ao acordo alegado, central sindical que tenha concordado com um absurdo desses se desqualificou para representar os trabalhadores.

Sindicatos não são apêndice do governo. E, no presente caso, têm mais é de defenderem os trabalhadores do patronato e do governo, já que a política econômica atual é 100% alinhada com os interesses dos capitalistas.

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