"Alberto Torregiani, que perdeu o pai, Pierluigi, e ficou paraplégico em ação criminosa da qual Battisti participou, liderou ontem um ato de protesto em frente à Embaixada do Brasil em Roma".
Trecho de uma carta do nosso companheiro Carlos Lungarzo, que saiu no Painel do Leitor da mesma edição:
"Na sentença de 1988 da Corte d'Assise de Milão (Itália), com registro geral 49/84, na página 456, nas oito linhas finais, diz-se que foi 'definitivamente accertato' (em italiano no original) que o ataque contra Torregiani foi feito por [Sebastiano] Masala, [Sante] Fatone, [Giuseppe] Memeo e [Gabrieli] Grimaldi. Nenhum dos mencionados se chama 'Battisti'.
Todos os documentos disponibilizados pela Itália (que são apenas uma parte) podem ser encontrados no endereço www.vittimeterrorismo.it.
O filho de Torregiani, Alberto, declarou que Battisti não estava no local, e que a bala que o feriu foi disparada por erro por seu pai. Isso pode ser lido no livro 'Génération Battisti', escrito pelo jornalista francês Guillaume Perrault, que não tem nenhuma simpatia por Battisti (pág. 188)".
Há mais de um ano, em outubro de 2009, eu desmascarei Alberto Torregiani, revelando que:
- ele admitira anteriormente à Agência Ansa que Battisti não estava entre os atacantes do pai;
- ele tinha interesse em aparecer no noticiário, já que escrevera um livro lamuriento sobre seu sofrimento como órfão e tentava, a partir da repercussão desse livro, deslanchar uma carreira política, em agrupamento assumidamente neofascista.
Então, enviei a grandes jornais e à agência noticiosa Ansa tais esclarecimentos, sem que fossem publicados e sem que me fosse dado qualquer retorno.
E as notícias em que Alberto Torregiani, estimulando malentendidos, pega carona no Caso Battisti para se manter em evidência, continuam vindo da Itália e sendo servilmente aproveitadas pela imprensa brasileira, sem que os editores da Agência Ansa e dos jornais que eu alertei tomem qualquer providência para posicionar melhor a questão.
Convém aos interesses dominantes apresentar Torregiani como uma evidência da maldade de Battisti, pouco importando que a versão seja falsa.
Assim como convinha aos nazistas apresentarem os judeus como culpados do incêndio do Reichstag.
2 comentários:
Com certeza, vai ver que lá existe ainda algum jornalista que, não influenciado ainda pelos polpudos salários apenas para marretarem, não leem notícias de baixa qualidade. Pode ser também resultado de não se contar com editores e revisores de boa qualidade, o que talvez seja a melhor opção.
E não foi só dessa vez. Tem mais, e tão grave quanto, na mesma Folha. Em quem acreditar? Na Folha ou na Folha? Ou em nenhuma das duas?
Mais do mesmo:
http://jornalismob.wordpress.com/2010/12/14/folha-briga-com-folha-para-desconstruir-lula/
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