quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

TOSTÃO: "DEIXAMOS DE SER SEMPRE OS FAVORITOS"

O grande Tostão, exemplo de esportista e de cidadão, é um dos dois melhores comentaristas esportivos do Brasil.

Ele e Sócrates comprovam que se pode ser craque com a bola e com o teclado, assim como Leônidas da Silva o era com a redonda e com o microfone.

Então, foi com orgulho que eu constatei, na coluna A realidade é outra, a coincidência de avaliações, pois Tostão também constata que o Brasil deixou de ser o país do futebol e hoje é apenas mais um país onde se joga futebol.

Repito a advertência que fiz sobre o sério risco de perdermos o Mundial em nossa casa: não temos mais a melhor seleção, nem as melhores equipes, nem mesmo os melhores jogadores. Nosso futebol é feio, sem imaginação e com poucos gols.

E, no último Brasileirão, descemos ao fundo do poço em termos morais, pois os jogos entregues por pirraça pelo São Paulo e Palmeiras, mais as partidas em que algum time escalou reservas para priorizar competições sul-americanas, acabaram tendo influência decisiva na classificação final.

Leiam a análise que Tostão faz da catástrofe colorada no Mundial de Clubes, é simplesmente irrespondível:
"Antes do Mundial, a maioria exaltava o Inter, outros times brasileiros e o Campeonato Nacional, porque queria valorizar o produto, aumentar a audiência dos programas esportivos e vender mais pacotes de pay-per-view. Outros exaltavam porque confundem jogo emocionante e equilibrado com qualidade técnica. Alguns elogiavam pelos dois motivos.

E há também os que não perderam o senso crítico e que não fazem parte da turma do oba-oba. É a minoria.

Apesar de os times brasileiros pagarem muito melhor e contratarem muito mais jogadores bons, caros e famosos, não há diferença técnica entre eles e os principais adversários sul-americanos.

Fora a conquista do Inter na Libertadores deste ano, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro foram derrotados nas três edições anteriores.

O Brasil perdeu para a Argentina na última Olimpíada e, na anterior, nem se classificou, mesmo com Robinho, Diego e Nilmar. No último Mundial sub-17, a seleção, com Philippe Coutinho e Neymar, levou um show, acredite se quiser, da Suíça. O Brasil perdeu os três últimos Mundiais sub-17 e sub-20. Nas duas últimas Copas do Mundo, o Brasil foi eliminado nas quartas de final.

O Brasil também ganhou vários títulos. Ganha e perde, com frequência. Deixamos de ser sempre os favoritos.

A antiga diferença entre o futebol europeu, com muita força e jogadores altos e fortes, e o brasileiro, com muita fantasia, habilidade e criatividade, não existe há muito tempo. O Brasil perdeu seu estilo diferente e bonito de jogar. Está tudo igual.

Não sou pessimista. É a realidade, que a maioria não vê ou finge não ver".

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Celso, é verdade que Palmeiras e São Paulo fizeram corpo mole este ano, como é igualmente verdadeiro que o Corinthians fez o mesmo em 2009. Como você mesmo disse, voltemos aos mata-mata!

Quanto à queda do futebol brasileiro, penso que isso é meio que normal. O jogo hoje é muito mais competitivo do que era. Sobram menores espaços e possibilidades para os craques. Mas seja como for, com exceção dos nossos irmãos argentinos, nenhum futebol é capaz de produzir craques como um Neymar, um Ronaldo, ou Djaminha, ou Kaká.

Aliás, penso que se o Kaká estivesse 100% teríamos levado a Copa de 2010. As seleções todas, incluindo Espanha e Holanda, eram bem meia-boca. Bom, para o bem do futebol não ganhamos.

forte abraço

Anônimo disse...

Porque esse Guevara no meio de gente ilustre? Ou esses ilustres também foram criminosos? Tirem esse Guevara daí...Só para se ter uma idéia, Ghandi deve estar puto por esse Guevara estar aí entre celebridades...

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