Depois do debate eleitoral (promovido por um pool de emissoras de TV) que decidiu -- ou pareceu ter decidido -- a eleição presidencial de 1989, a Rede Globo deve ter unilateralmente resolvido evitar que isto acontecesse de novo, nem que fosse preciso matar de tédio os telespectadores. Está conseguindo.
O certo é que agora monopoliza a data estratégica da antevéspera do 2º turno, mas não para promover debates, e sim chatíssimas sabatinas dos presidenciáveis, que são inquiridos por eleitores indecisos de todos os Estados.
Então, não se discute política propriamente dita, mas, tão somente, propostas administrativas que vêm ao encontro das aspirações dos eleitores, aferidas nas pesquisas qualitativas (pouco importando que sejam inexequíveis e virem letra morta depois...) e miudezas ridículas.
Às vezes dava a impressão de que, ao invés de um presidente, escolhia-se um síndico.
Bom para quem tem confortável vantagem, como Dilma Rousseff. O formato condiciona a que nada suceda de realmente importante.
Ruim para José Serra, que, conformando-se com a camisa de força que lhe foi imposta, jamais conseguiria virar o jogo.
Abúlico, ele nem tentou provocar um debate de verdade. Ficou dando suas aulas que provocam ataques de bocejos nos eleitores, até o mais amargo fim.
Ou seja, não produziu o milagre com que os seguidores mais irrealistas ainda sonhavam, selando definitivamente sua derrota.
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