terça-feira, 27 de julho de 2010

PRESIDENTE DA FERRARI JUSTIFICA FRAUDE

O papel dos brasileiros, na Ferrari,
é guardar o lugar para os europeus...

Depois de seus paus mandados tentarem estoicamente sustentar a cascata de que o piloto Felipe Massa não teria facilitado a ultrapassagem de Fernando Alonso no GP alemão de Fórmula Um do último domingo, o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, abriu o jogo: foi mesmo armação da equipe e os que criticam tal atitude não passam de hipócritas.

Comprovando que o imoralismo assumido e ostentado virou característica nacional na melancólica
Era Berlusconi, Montezemolo soltou o verbo:
"Essas coisas acontecem desde os tempos de [Tazio] Nuvolari e eu mesmo passei por essa experiência quando era diretor esportivo (...). Portanto, chega de hipocrisia. Algumas pessoas podem gostar de ver nossos pilotos eliminando um ao outro, mas este não é definitivamente meu caso e de nossos torcedores".
É mais um afeto que se encerra para muitos aficionados do esporte, que inundaram as seções de cartas dos jornais com declarações de que não assistiriam mais à F-1.

O capitalismo tem o toque de Midas ao contrário: transforma ouro em fezes.

Falei sobre isso no caso do futebol. A submissão dos valores esportivos à fria lógica capitalista impede até que a competição suprema, o Mundial Fifa de Seleções, tenha um campeão de verdade, quando os finalistas empatam na partida normal e também na prorrogação.

Antigamente se disputava novo jogo, dias depois. Hoje, parte-se para a loteria dos pênaltis, paliativo abastardado que propicia injustiças como a conquista italiana de 2006, quando a França reunia muito mais méritos.

Quanto à F-1, por que, afinal, as equipes não se contentam em priorizar o título de fabricantes, deixando os pilotos competirem lealmente pela glória de melhor do mundo?

Porque o ser humano é fascinado pelo ser humano.

Então, para o torcedor o que importa é a vitória do piloto, não a da escuderia.

Vai daí que os interesses econômicos que gravitam em torno da F-1 têm, como principal meta, produzir o campeão da temporada.

E, neste afã, passam como um rolo compressor sobre a ética esportiva... de forma tão destrambelhada que acabam matando a galinha dos ovos de ouro, como fizeram em Hockenheim.

Um comentário:

Naty disse...

Saudades dos tempos que eu assistia as corridas de F1 e via verdadeiros espetáculos, como no tempo que Senna e Prost estavam na Maclaren e protagonizaram uma verdadeira guerra nas pistas, jamais um aceitaria se rebaixar desse modo, pelo contrário, eles colocavam o carro em cima do outro pra ganhar uma corrida, mostravam a verdadeira habilidade que exige uma ultrapssagem, isso sim era F1, ainda bem tive oportunidade de ver isso, mesmo sendo muito pequena na época, eu ainda lembro.
Quando vi a cena de domingo, a primeira coisa que pensei foi que nós brasileiros tanto torcemos para vermos um novo Senna ou novo Piquet e no fim nasceu um novo Barrichello. Há poucos meses eu coloquei no meu Twitter que o Felipe Massa jamais seria campeão, foi depois que aconteceu a ultrapssagem do Alonso em cima do Massa na saída dos boxes, Massa em vez de se posicionar resolveu por panos quentes. Massa é "bom moço" demais e muito político para conseguir ser campeão um dia. É uma pena.

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