Provavelmente, ele gostaria de puxar a orelha dos jornalistas com toda força ou golpear-lhes as mãos com uma palmatória.
Mas, como a CBF ainda não lhe concedeu poderes para tanto, contentou-se em botar os profissionais incumbidos de cobrir a seleção brasileira num canto, com o nariz encostado na parede e um chapéu de impatrióticos! (o que, para ele, é pior do que burros!), enquanto o escrete treina às suas costas.
Felipe Melo, tentando justificar uma convocação que os critérios futebolísticos não explicam, exigiu que os jornalistas deixem de agir como jornalistas e ajam como torcedores:
Aí, todos os jornalistas que tiverem deixado de cumprir sua missão vão perder, pois os leitores perguntarão por que se omitiram enquanto se criava tal mentalidade de bunker.
Vou mais longe: se for para ganharmos com o futebol feio defendido por Luiz Fabiano, robotizados como um exército e sob as botas de um técnico fascistóide, será melhor perdermos. Como bem disse o Clóvis Rossi:
O Brasil poderia ter um talento equivalente se Dunga houvesse oferecido uma camisa a quem de direito: Ronaldinho Gaúcho.
Não o fez por obtusidade ou resssentimentos inconfessáveis (assim como deixou a seleção carente de um verdadeiro lateral esquerdo por pequenez moral, somando-se aos linchadores, Galvão Bueno à frente, que erigiram Roberto Carlos em bode expiatório pelo fracasso de 2006).
Não é preciso ser Freud para deduzir que o elástico e o chapéu recebidos de Ronaldinho Gaúcho no GreNal decisivo de 1999 reavivaram em Dunga a lembrança do pior momento de sua carreira, no Mundial de 1990, quando Maradona o fez de gato e sapato no lance que desclassificou o Brasil.
Enfim, o führer dos pampas condenou-nos a torcer para que nossa defesa seja tão sólida quanto a da Internacional de Milão.
Sinal dos tempos: sempre nos destacamos por nossos atacantes endiabrados, agora a grande esperança brasileira é a defesa.
Ah, sim, resta Robinho.
Se o auto de expiação a que Dunga o submeteu, obrigando-o a implorar de joelhos o perdão do grupo, não tiver causado ao seu futebol os danos que causou à sua moral.
Felipe Melo, tentando justificar uma convocação que os critérios futebolísticos não explicam, exigiu que os jornalistas deixem de agir como jornalistas e ajam como torcedores:
"Vocês não podem fazer isso. Se a seleção ganhar a Copa, todos vocês vão ganhar. Todo mundo é brasileiro aqui".E se a seleção perder a Copa exatamente por causa do clima belicoso que o Dunga criou, deixando os jogadores com os nervos à flor da pele e uma carga pesadíssima sobre os ombros?
Aí, todos os jornalistas que tiverem deixado de cumprir sua missão vão perder, pois os leitores perguntarão por que se omitiram enquanto se criava tal mentalidade de bunker.
Vou mais longe: se for para ganharmos com o futebol feio defendido por Luiz Fabiano, robotizados como um exército e sob as botas de um técnico fascistóide, será melhor perdermos. Como bem disse o Clóvis Rossi:
"...não concebo o futebol como uma guerra de afirmação de uma tribo. É muito mais que isso. É um espetáculo. E, no espetáculo (qualquer um), o fundamental é a beleza, não a cor da camisa que vestem os participantes".O maior talento deste Mundial, pelo que foi visto até agora, veste a camisa da Argentina e se chama Messi.
O Brasil poderia ter um talento equivalente se Dunga houvesse oferecido uma camisa a quem de direito: Ronaldinho Gaúcho.
Não o fez por obtusidade ou resssentimentos inconfessáveis (assim como deixou a seleção carente de um verdadeiro lateral esquerdo por pequenez moral, somando-se aos linchadores, Galvão Bueno à frente, que erigiram Roberto Carlos em bode expiatório pelo fracasso de 2006).
Não é preciso ser Freud para deduzir que o elástico e o chapéu recebidos de Ronaldinho Gaúcho no GreNal decisivo de 1999 reavivaram em Dunga a lembrança do pior momento de sua carreira, no Mundial de 1990, quando Maradona o fez de gato e sapato no lance que desclassificou o Brasil.
Enfim, o führer dos pampas condenou-nos a torcer para que nossa defesa seja tão sólida quanto a da Internacional de Milão.
Sinal dos tempos: sempre nos destacamos por nossos atacantes endiabrados, agora a grande esperança brasileira é a defesa.
Ah, sim, resta Robinho.
Se o auto de expiação a que Dunga o submeteu, obrigando-o a implorar de joelhos o perdão do grupo, não tiver causado ao seu futebol os danos que causou à sua moral.
8 comentários:
Mais uma vez, não acredito no que estou lendo aqui, mas dessa vez não vou me estressar nem perder tempo.
Larguei o blog de mão até o fim da Copa, desculpa aí Celso, mas algumas coisas eu realmente não suporto.
Obs: A gauchada "agradece" os comentários tão delicados.
excelente. colocou tudo no seu devido lugar.
Ué, Naty, seu Estado está acima dos valores ideológicos?
Para mim, não. Nem meu Estado, nem meu País, nem minha família, nem coisa alguma no mundo me fará aplaudir o autoritarismo.
Tenho e sempre terei mais afinidade com um libertário da Finlândia do que com um autoritário que more no meu edifício.
Não achas um pouco temerário qualificar de autoritária e/ou libertária uma coisa à qual só temos acesso pelo filtro mais do que comprometido dos jornalistas de plantão e à caça de qualquer fofoca que possa trazer um pouco de movimento a uma espera monótona e/ou angustiante? E quem te ouve falar dos jogadores convocados em comparação com os que não foram convocados, tem a impressão de que os primeiros vão jogar de muletas e os outros seriam verdadeiros virtuoses imbatíveis. A história já mostrou que as coisas não são bem assim. Uma seleção que reúne virtuosismo, solidez e objetividade e que, por assim dizer, nem precisaria jogar para ganhar uma copa do mundo, só existe como castelo nas nuvens. E essa história-da-carochinha do "fundamental é a beleza", do "importante é jogar bonito" não foi bem o que se ouviu da imprensa depois da copa em que os maiores virtuoses não conseguiram ganhar taça. Todo mundo achou que foi um consolo barato poder dizer: "jogamos melhor, mas não ganhamos". O sentimento real de quem participa e de quem torce é de que se deve tentar ganhar e, se possível, jogando um futebol maravilhoso, e não jogar um futebol maravilhoso e, se possível, ganhar. Para terminar, pô, mas que baita exagero falar de Dunga/Hitler dirigindo o campo de concentração do Brasil... (só posso entender se for algum expediente meio infantil para chamar a atenção).
Nélio, perto do Ronaldinho Gaúcho, os Júlios Baptistas jogam mesmo de muletas, como incorrigíveis pernas-de-pau que são.
De resto, sou revolucionário: meu horizonte vai muito além de vitórias e derrotas.
Vitórias só são enriquecedoras quando significam algo mais do que uma taça na prateleira, marcando o imaginário das gentes.
Vou sempre preferir uma seleção como a de 1982, mesmo perdendo, a uma como a de 1994, mesmo ganhando.
Caro Celso
Como dito alhures, o que representa o caso da briga entre os jogadores?
Representa que os jornalistas precisam fazer uma matéria interessante, que seja o recheio de um comercial de TV. Se ao término do dia, o jornalista chega para o editor sem nada, ele pode perder o emprego, e além do mais, os "homens" da redação sempre dão aqueles "pitacos" no que acaba como notícia, e tem em verdade a propriedade de ser "opinião publicada".
Quantos jogos o Ronaldinho Gaúcho fez sob o comando de Dunga? Em quais deles ele jogou a bola que podia? E o seu desempenho nas Olimpiadas, com um time montado em sua função?
Com estas três perguntas, se mostra que a poesia só tem métrica, não tem rima, e a beleza só existe em sonho.
Eu tenho a convicção de que a seleção jogou muita bola até o presente momento, sei que ganhou todos os jogos decisivos que disputou, e que é impossível agradar as todos - Do que chamavam o Telê quando a seleção perdeu? Não o elogiavam, e só os títulos mundiais por clubes fizeram um pouco de justiça. Quem vai arcar com as conseqüências de uma derrota é o Dunga, a reputação é a dele, e ele é quem faz as escolhas.
Acho que esta história de iluminar o presente com vídeos do Ronaldinho driblando o Dunga é um lúdico negativo, pois Ronaldinho teve muitas oportunidades e não aproveitou, é um contra-censo com os fatos. A decisão do técnico não foi pessoal, foi baseado na realidade - que infelizmente coloca o Júlio Batista fazendo gol em final de Copa América contra a Argentina, quando o Ronaldinho pediu dispensa.
E me perdoe, mas nacionalismo não é vergonha. Amar o seu país não é vergonha. Buscar forças e inspiração em seu país, em sua gente, deveria ser orgulho, e é uma chaga tantos brasileiros não nutram esta saúde. Muitos dos que não nutrem querem vender a Petrobrás, o BB, a Caixa.
O melhor a fazer, é relaxar e ver se a seleção jogará bem, e ter como parâmetro o seu desempenho comparado ao das outras seleções.
Abraços
Nacionalismo pode não ser vergonha, mas o patriotismo já foi bem definido como o último refúgio dos canalhas.
Há uma diferença. E quem apela ao espírito patrioteiro para exigir condescendência com as deficiências esportivas, como os cabeças-de-bagre da atual seleção, pertence à segunda categoria, não à primeira.
Quanto ao Ronaldinho Gaúcho, repito: ele SÓ decidiu a única partida difícil da Copa de 2002. Gênio é assim: com alguns lampejos faz mais do que um Júlio Baptista na carreira inteira.
Por último: a Petrobrás, o BB e a Caixa pertencem ao capitalismo, não ao povo. Assim como o Estado brasileiro serve ao capitalismo, não ao povo. Quando aprendermos a ver as coisas como são, a revolução ficará mais próxima.
Caro Celso.
Houve desmentidos a respeito do pedido de desculpas, que teria sido imposto pelo Dunga: http://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/17/robinho-ri-e-desconversa-sobre-regime-de-reclusao-da-selecao.jhtm
Em qual versão se deve acreditar? Enfim...
Abraços
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