O capitalismo putrefato consegue ser o pior dos mundos possíveis: à imoral desigualdade, às muitas injustiças e ao criminoso desperdício do potencial hoje existente para assegurar-se uma existência digna a cada habitante do planeta acrescenta a crassa boçalidade induzida pela indústria cultural.
Daí o rótulo definitivo, antológico, que Paulo Francis lhe pespegou.
Pois é mesmo num inferno pamonha que nos debatemos, sem encontrarmos a saída.
E fica mais pamonha ainda nas campanhas eleitorais.
Assim, leio que a Folha de S. Paulo considera informação pertinente os comentários de costureiros (é o que são, embora a mídia os trate pernosticamente como estilistas) sobre como se vestem Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.
Que importância tem isso para o desempenho do cargo a que aspiram? Nenhuma.
Mas, derrubam-se árvores para a impressão de tolices como a de que não há "expressão" nos trajes de Serra e Dilma.
Lula teria orientado Dilma a "adotar a sobriedade dos looks clássicos e das cores neutras". Melhor faria orientando-a a informar-se melhor sobre política internacional, antes de deitar falação sobre as armas nucleares que o Irã possuiria.
Serra ficaria melhor com "ombros estruturados" como os de Obama, diz um Walter Rodrigues qualquer. Eu acho que seus ombros continuarão encurvados enquanto carregarem o peso da aliança com os demoníacos herdeiros da Arena, o partido que dizia amém aos genocídios e atrocidades da ditadura militar.
Dilma também se viu obrigada a reformular suas declarações a respeito de credo. Antes da campanha se dizia em dúvida sobre a existência de Deus e negava ter uma religião específica, agora se apresenta como "antes de tudo, cristã" e "num segundo momento, católica".
Trata-se, claro, de uma questão de foro íntimo, que jamais deveria ser exposta à bisbilhotice alheia.
Só que, quando Boris Casoy colocou essa casca de banana no caminho de Fernando Henrique Cardoso, este deu uma resposta digna e perdeu a eleição para prefeito de São Paulo.
Resultado: desde então, nenhum candidato se atreveu mais a replicar que tal questão simplesmente não vem ao caso.
Há que se querer muito a Presidência da República para sujeitar-se ao assédio da mediocridade agressiva.
O mafuá da mídia está cada dia mais repulsivo.
Daí o rótulo definitivo, antológico, que Paulo Francis lhe pespegou.
Pois é mesmo num inferno pamonha que nos debatemos, sem encontrarmos a saída.
E fica mais pamonha ainda nas campanhas eleitorais.
Assim, leio que a Folha de S. Paulo considera informação pertinente os comentários de costureiros (é o que são, embora a mídia os trate pernosticamente como estilistas) sobre como se vestem Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.
Que importância tem isso para o desempenho do cargo a que aspiram? Nenhuma.
Mas, derrubam-se árvores para a impressão de tolices como a de que não há "expressão" nos trajes de Serra e Dilma.
Lula teria orientado Dilma a "adotar a sobriedade dos looks clássicos e das cores neutras". Melhor faria orientando-a a informar-se melhor sobre política internacional, antes de deitar falação sobre as armas nucleares que o Irã possuiria.
Serra ficaria melhor com "ombros estruturados" como os de Obama, diz um Walter Rodrigues qualquer. Eu acho que seus ombros continuarão encurvados enquanto carregarem o peso da aliança com os demoníacos herdeiros da Arena, o partido que dizia amém aos genocídios e atrocidades da ditadura militar.
Dilma também se viu obrigada a reformular suas declarações a respeito de credo. Antes da campanha se dizia em dúvida sobre a existência de Deus e negava ter uma religião específica, agora se apresenta como "antes de tudo, cristã" e "num segundo momento, católica".
Trata-se, claro, de uma questão de foro íntimo, que jamais deveria ser exposta à bisbilhotice alheia.
Só que, quando Boris Casoy colocou essa casca de banana no caminho de Fernando Henrique Cardoso, este deu uma resposta digna e perdeu a eleição para prefeito de São Paulo.
Resultado: desde então, nenhum candidato se atreveu mais a replicar que tal questão simplesmente não vem ao caso.
Há que se querer muito a Presidência da República para sujeitar-se ao assédio da mediocridade agressiva.
O mafuá da mídia está cada dia mais repulsivo.
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