quarta-feira, 12 de maio de 2010

20 ANOS DEPOIS, UMA NOVA "ERA DUNGA"?

Os comentaristas que realmente entendem de futebol chegaram próximos da unanimidade na avaliação dos 23 convocados do técnico Dunga para o Mundial 2010:
  • metade não vem bem nos seus clubes, seja por contusões, seja por deficiência técnica;
  • trata-se de uma Seleção descerebrada, sem um maestro no meio de campo;
  • em várias posições os titulares são insubstituíveis;
  • pode-se esperar vitória, mas não futebol criativo e vistoso.
Quanto ao resultado concreto de uma escolha tão flagrantemente desequilibrada, a sorte decidirá.

O escrete sem um fora-de-série poderá ser varrido pelo escrete que tiver um fora-de-série, como foi o de Sebastião Lazaroni em 1990, fulminado por um único lampejo de Maradona.

Ou os deuses do futebol poderão ser tão magnânimos com Dunga como se mostraram com seu exemplo inspirador, Felipão.

Foi Scolari o primeiro a fazer da Seleção uma extensão de sua personalidade e idiossincrasias, desprezando noções como a de que o selecionado deve reunir os melhores jogadores e a de que futebol é momento (convoca-se quem está bem, não quem já jogou bem)..

Zagueiro rústico e meramente batalhador, ele deveria morrer de inveja dos estilistas que eram muito mais decisivos com a inspiração do que ele com a transpiração.

Então, como técnico, privilegiou a união do elenco, o jogo coletivo, a solidez defensiva, os chuveirinhos e o oportunismo de cabeceadores como Jardel.

Esse futebol mecânico e militarizado caía como uma luva para os aguerridos times gaúchos e para os mata-matas da Copa Libertadores da América, que frequentemente descambavam para brigas de foice no escuro.

No Mundial de 2002, foi bafejado pela incipiência dos adversários e pelo bilhete premiado que Felipão tirou, ao apostar todas as fichas em Ronaldo Nazário para contrabalançar o corte do seu desafeto Romário, unanimidade entre os torcedores.

O Fenômeno, que vinha alternando contusões e más atuações desde a traumática final da Copa anterior, ressuscitou na hora H, recompensando a teimosia de Felipão.

Mesmo assim, é discutível se os conceitos de Scolari realmente prevaleceram no Mundial da Coréia do Sul/Japão, pois o único antagonista à altura do Brasil (a Inglaterra), foi vencido graças ao craque e não ao grupo: com sua genialidade, Ronaldinho Gaúcho colocou Rivaldo cara a cara com o goleiro e depois encaixou um arremate inverossímil da lateral do gramado.

Dunga é herdeiro piorado de Felipão, porque inexperiente como técnico e mais intransigente ainda como ser humano (conseguiu dar a volta por cima da estigmatização que sofreu ao ser apontado como paradigma -- "era Dunga" -- dos cabeças-de-bagre de 1990, mas o trauma lhe deixou como sequela uma fixação neurótica, a de enxergar-se até hoje como um homem em guerra contra tudo e contra todos).

Nem como alternativa para uma partida que exija mais talento Dunga levará Paulo Henrique Ganso e/ou Ronaldinho Gaúcho. Se cruzar com a Argentina de Messi, poderá amaldiçoar sua obtusidade, como o outro cabeçudo (Lazaroni) deve ter-se amaldiçoado por haver preterido Neto.

Isto, claro, se uma contusão salvadora não abrir vaga para um dos dois que estão na lista de espera, mas são infinitamente superiores a quem está previsto como titular.


O que NÃO veremos em 2010: gols e lances como estes.

2 comentários:

Alcir Martins disse...

Pô! q é isso....???
não gosto da seleção do Dunga...aliás , nem gosto de seleção brasileira por uma série d emotivos...
mas o Jardel era FUTEBOL ARTE uhsaduashuashasuhd...q heresia!!!!!!!!!!!

Naty disse...

Bom, como SEMPRE, sem excessões, que a seleção está totalmente desacreditada e todo mundo caindo em cima...e SEMPRE que isso aconteceu o Brasil se saiu campeão...em 1982 era o futebol arte e em 2006 o time cheio de estrela...e? quebrou-se a cara de todo mundo.

Sou uma das que fala que futebol bonito não ganha futebol e sim quem fizer mais gols...ontem foi um dos melhores jogos do ano no futebol brasileiro, Grêmio (meu time) e Santos...só se fala dos meninos da Vila e seu belo futebol, os mesmos que tomaram sufoco do Santo Antré e cá entre nós, o Santo André foi o verdadeiro campeão se não fossem certos apittassos...

Entre fazer belo futebol e não ganhar nada e jogar feio e ser campeão...eu prefiro a 2° opção...afinal, quem ganha é quem fica pra sempre.

Abraços

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