sábado, 5 de dezembro de 2009

MINO CARTA TEM NOVO ÍDOLO: GILMAR MENDES!

Recordar é viver: eis como
a CartaCapital via Gilmar
Mendes em out/2008


Mino Carta perdeu de vez a compostura.

Percebendo o iminente fracasso da conspiração midiática que a Carta Capital encabeçou para forçar a extradição de Cesare Battisti, a serviço (há quem insinue que seja a soldo...) dos interesses italianos, Mino arrancou a máscara, desandando a paparicar Gilmar Mendes.

Por incrível que pareça, é isto mesmo: o vilão da Operação Satiagraha virou herói do Caso Battisti!

Eis que a CartaCapital publicou um texto assinado pelo próprio Mino, O STF não é um clube recreativo, elogiando desmedidamente Gilmar Mendes e fazendo uma repulsiva autocrítica de suas diatribes anteriores contra o reacionaríssimo presidente do Supremo Tribunal Federal.

Leiam e pasmem:
"CartaCapital já foi muito crítica em relação a certos comportamentos do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Desta vez, louva-lhe a atuação no julgamento do Caso Battisti...

"...o presidente do STF mostrou-se à altura do cargo...

"Um ponto crucial do seu depoimento está na seguinte afirmação..."
E por aí vai, tão louvaminhas que beira a pieguice.

Até uma foto sorridente do bruto o Mino conseguiu encontrar, para exibir no índice da edição, no qual se anuncia que "Gilmar Mendes põe os pingos nos is sobre o caso Cesare Battisti".

Enfim, Mino rasga seda para Gilmar Mendes na matéria inteira, ajudando-o a fazer lobby no sentido de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ceda aos ultimatos italianos e atacando covardemente a escritora Fred Vargas, com fuxicos de comadre e ironias pedantes (como quando a qualifica de "Ninfa Egéria da campanha pró-Battisti").

De quebra, dá uma força para o presidente do Supremo em mais uma ridícula tentativa de amedrontar Lula, erguendo novo espantalho ("Mendes introduz, porém, uma insinuação: se o ato final do presidente da República contrariar o tratado, ou for ilegal, a Itália poderá ingressar com nova ação no STF").

Como qualificar a nova postura de Mino Carta? Creio que ele próprio já disse tudo, há pouco mais de um ano:

"...qual seria a razão pela qual figuras como Gilmar Mendes, ou como Daniel Dantas, contam com o pronto amparo da mídia nativa. Arrisco-me a um palpite: antes de qualquer outro interesse eventualmente em jogo, trata-se talvez de exercer a proteção corporativa, pontual e inexorável entre aqueles que, de uma forma ou de outra, participam dos mesmos privilégios e os mantêm com a ferocidade necessária. Os donos do poder, dispostos a vender a alma para deixar as coisas como estão".

A julgar pela guinada que Mino deu, Mefistófeles deve ser muito persuasivo.

7 comentários:

Carlos disse...

Pelo que entendi, o Mino Carta quer dizer o seguinte: se o que eu disse hoje contraria o que eu disse ontem, esqueçam o meu posicionamento anterior. Este é o que está valendo, até a róxima mudança. Prefiro ser essa contradição ambulante do que ter aquela velha e respeitável coerência.

Anônimo disse...

Gilmar Mendes, ao comentar um artigo da CartaCapital, que investigou seus negócios escusos, disse que a revista cometeu "pistolagem". Eis como reagiu Mino Carta:

“Eu acho que ele precipitou-se um pouco, porque eu não creio que ele tenha grande afinidade com a pistola. Eu acho que ele tem grande afinidade é com a lupara, que é aquele fuzil de cano serrado que é usado pela máfia nas suas aventuras discutíveis, digamos assim. O máximo representante da justiça nativa é um senhor que manda às favas a ética. E isto está rigorosamente demonstrado, de forma inapelável, em reportagem de capa de CartaCapital, desta semana. Ela é muito escudada em provas, ela é totalmente ampara por evidências gritantes. Na melhor da hipóteses, deu conflito de interesses, insuportável num país democrático, praticado, admitido, justificado pelo supremo representante da justiça do país”,

O Mino mudou muito rápido o seu conceito sobre o Gilmar Mendes. Ou será que ele faz juízo das pessoas segundo seus próprios interesses?

GILSON RASLAN - JARU/RO

Marcos Doniseti disse...

É inaceitável essa postura do Mino Carta em defeda do Gilmar Mendes, ainda mais depois de tudo o que ele já publicou na 'Carta Capital' sobre o presidente do STF.

Mino Carta está se parecendo cada vez mais com o Otávio Frias Filho...

Anônimo disse...

Mino, alinhado com Lula, já é um horror, alinhado com Gilmar Mendes, então, pior ainda.

Anônimo disse...

Que decepção o Mino Carta, perdeu a bússola e ficou sem rumo.
Elogiar o Gilmar Mendes, que antes de votar, nós já sabiamos como ia votar (através da imprensa).
Quais os interesses do Mino na extradição do Batistti, até hoje não entendi.
Batistti esteve 15 anos na França e não pediram a extradição ou não deram. Só a partir de um governo de direita na França é que Batistti veio para o Brasil.
Então conclui-se que o problema é político.
Espero que o governo Lula não faça a vontade da dupla MINO/GILMAR.
Fernando Ferreira

Anônimo disse...

Prezado Celso. Será que o Presidente Lula tinha razão quando disse que após uma certa idade o sujeito vai amolecendo nos ideais? Mino Carta, por quem tenho grande respeito, está dia a dia me surpreendendo, negativamente. Agora Gilmar Mendes é "o cara"? O que que é isso, Mino? Será que se o Presidente Lula libertar o Cesare Battisti, o Mino vai fazer campanha eleitoral para o Zé Chirico Serra ou Aécio Neves? Lamentável esse apoio ao Gilmar Mendes, não pelo voto no caso da extradição, o que já era aguardado, mas por tudo de mais nefasto que esse cidadão representa para a cidadania brasileira. Pare por aí, Mino! Luiz Carlos

celsolungaretti disse...

Companheiros,

presumo que vocês não tenham um conhecimento mais profundo sobre o que foi 1968.

A luta se dava em dois planos: contra o sistema (a burguesia e seus esbirros) e contra a velha esquerda que preferia preservar seus aparelhos do que fazer a revolução.

A velha esquerda reagiu muito mal à contestação jovem. Na Itália e na França, aliou-se à burguesia e acabou desempenhando papel marcante na salvação do capitalismo.

No Brasil, enquanto éramos alvos preferenciais da repressão, tínhamos o dissabor de ler na "Voz Operária" (órgão do PCB) que o Lamarca seria agente da CIA.

Sentíamos isso como uma punhalada nas costas. Usavam de jogo imundo para evitar que seus simpatizantes porventura nos prestassem alguma ajuda, ainda que fosse apenas por solidariedade revolucionária.

Então, depois que o PCI se aliou à Democracia-Cristã contra os revolucionários, e depois de haver atuado firmemente na repressão à ultraesquerda, tudo fez nas décadas seguintes para apagar essa página da História.

Gente como o Mino e o Giorgio Napolitano, no fundo, tem vergonha do papel assumido pelo PCI nos anos de chumbo.

Sem grandeza para uma autocrítica, vão para o polo oposto: o ódio furibundo, irracional, às testemunhas das falácias do PCI. Como Battisti.

A idade avançada do Mino o faz ficar mais intransigente ainda. Daí perserverar melancolicamente na defesa de posições que o antipatizam com seu próprio público.

E quanto mais é rejeitado, mais aumenta o tom. Até chegar a esse absurdo de aplaudir Gilmar Mendes.

"Aqueles a quem os deuses querem perder, primeiro enlouquecem." A perdição do Mino é irreversível.

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