"Numa recente entrevista (...), o então advogado-geral da União defendeu a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo.Ele diz que a mulher, ao abortar, "está matando um ser humano inocente e indefeso"; e qualifica a união homossexual de "antinatural".
"Estamos vivendo numa época em que a sociedade está muito preocupada com a violência que atormenta a convivência social e atinge especialmente as crianças e os adolescentes. Como poderemos resolver esse gravíssimo problema se formos institucionalizar comportamentos que aumentarão a violência e a fragmentação social?"
Nem vou discutir o aborto em si, pois seria blablablá ocioso. O xis da questão é que, hoje em dia, simplesmente não há como impedir-se as mulheres de abortarem, quando tomam tal decisão.
Então, o que está em jogo é se as mulheres pobres poderão abortar com alguma segurança. Pois, para as ricas, isto nunca foi problema.
Quanto ao casamento gay, trata-se apenas da institucionalização de uma união que já existe, para melhor proteger os direitos envolvidos. Que mal há nisto?
Sobre o que é ou deixa de ser natural, já faz um tempinho que os povos civilizados chegaram a um consenso: não cabe ao Estado determinar o que adultos podem fazer entre quatro paredes, desde que haja consentimento mútuo.
E qualquer pessoa esclarecida percebe que tais medidas em nada contribuiriam para aumentar "a violência e a fragmentação social". É o tipo do papo engana-trouxa.
Um artigo ridículo como esse caberia melhor num panfletinho da TFP do que nas páginas do autodenominado maior jornal do País.
3 comentários:
Como dizia Che Guevara "no dia que o extraordinário se tornar cotidiano, aí sim será revolução"...é uma das minhas frases favoritas.
Abração
Gostaria de saber da posição dos evangélicos e católicos conservadores, sobre a entrevista com Sheila Ribeiro. Trata-se de depoimento de uma ex-aluna de Monica Serra na UNICAMP, onde a professora falou do aborto que fizera em 1992. O casal não desmentiu o fato, apenas uma nota da campanha negou o ocorrido O assunto está circulando na Internet e foi publicado na Folha. O que me dizem?
Companheiro,
quanto à minha posição, está no artigo A MORAL DELES E A NOSSA (17/10/2010): sou totalmente contrário à invasão da privacidade das pessoas durante uma campanha política.
Dar quilometragem a algo tão íntimo é se igualar moralmente a Fernando Collor.
Temos de ser melhores do que Serra, não travar guerra de lama com ele.
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