Deu na Folha de S. Paulo, hoje (4): "O ministro Tarso Genro (Justiça) disse ontem que a AGU (Advocacia Geral da União) tomou 'decisão pessoal', e não de governo, ao considerar perdoados pela Lei da Anistia os crimes de tortura cometidos na ditadura militar".
Deu na Folha de S. Paulo, sexta-feira passada (31): "Antes de finalizar o parecer, a AGU buscou a opinião de diferentes ministros. Venceu a corrente que prefere evitar confrontos com o Ministério da Defesa, de Nelson Jobim, e as Forças Armadas".
Dias atrás, as declarações de José Antonio Dias Toffoli transmitiam uma sensação de dever cumprido e a crença de que não seria obrigado a voltar atrás em seu parecer: "A Advocacia Geral da União é uma instituição una. A defesa está apresentada (...) A mim não chegou nenhuma provocação de reanálise".
Em meu artigo da 5ª feira (30), "Parecer Brilhante Ustra Revelou a Verdadeira Face do Governo Lula", eu já cantei a bola de que, fiel ao seu estilo de sempre colocar panos quentes nos confrontos entre membros de seu Ministério (ao invés de resolvê-los), Lula poderia ordenar um recuo tático, ou seja, que retirassem o bode da cela. E adverti: "Mas, nada impedirá que, dentro de semanas, estejamos novamente nos chocando com a hostilidade de Lula aos ideais e valores da esquerda".
Parece que minha primeira previsão está em vias de ser concretizada. E eu apostaria até a minha última ficha em que a segunda também o será, mais adiante...
Quanto ao bode citado, trata-se de uma velha anedota sobre presos que se queixavam da superlotação da cela e das condições deploráveis em que eram mantidos. Então, a otoridade manda colocar um bode junto com eles.
Face ao fedor insuportável, este passa a ser, imediatamente, o único alvo dos protestos. Aí o carcereiro retira o bode e os prisioneiros, aliviados, esquecem-se de todos os outros motivos que tinham para reclamar...
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