"O grupo móvel da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Pará libertou ontem 150 pessoas, entre elas 30 crianças, de uma indústria de processamento de cacau em Placas (1.127 km de Belém).
"Todas as crianças estão doentes, com leishmaniose - transmitida por um mosquito e que deixa lesões na pele. Uma ficou cega em um acidente de trabalho, ao cair com o rosto em um toco de árvore. Elas têm de 4 a 17 anos.
"...o grupo vivia em péssimas condições de habitação, alimentação e higiene e estava impedido de deixar o local em razão de dívidas contraídas, o que caracteriza situação análoga à escravidão."
Trechos de uma notícia publicada hoje (30) na Folha de S. Paulo. Cortei o desnecessário, mas era pequena mesmo. Uma mera notinha.
Que, com certeza, passará praticamente despercebida, ofuscada pela eleição em que todos são iguais e tudo fazem (em vão) para parecer diferentes, pelo pacote que ontem foi vetado mas acabará sendo aprovado (no sentido de que os contribuintes paguem a conta das delinquências financeiras nos EUA) e outros assuntos que, para os editores da grande imprensa, são imensamente mais importantes do que crianças brasileiras de quatro anos submetidas à escravidão.
É angustiante sabermos que, para cada caso desses flagrado, deve haver dezenas, centenas de outros que as autoridades ignoram.
Perdemos a capacidade de indignarmo-nos com as injustiças e os abusos?
Um comentário:
Temos que nos indignar com a impunidade reinante nesses casos. O que vai acontecer com o dono da propriedade? Absolutamente nada. Tá mais que na hora da justiça tomar tudo o que o pilantra tem, de maneira que o único sustento que consiga seja através de trabalho braçal, assim como os que escravizou. Assim talves o filha da puta e os outros candidatos a filho da puta aprendam a respeitar as pessoas.
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