domingo, 14 de setembro de 2008

BOMBEIROS E INCENDIÁRIOS NA CRISE BOLIVIANA

Os presidentes das nações sul-americanas, principalmente nosso Lula e a chilena Michelle Bachelet, estão se comportando muito bem face à turbulência boliviana: tentam, por todas as maneiras, evitar o derramamento inútil de sangue e a desintegração de um país que já é paupérrimo. Tomara que sua nova tentativa de pacificação seja bem-sucedida.

Já Hugo Chávez continua brincando com fogo. Chega ao cúmulo de se arvorar em juiz das atitudes do comandante-em-chefe das Forças Armadas bolivianas, a quem acusa de, com outros generais, "fazer uma espécie de greve que permitiu aos fascistas massacrarem o povo da Bolívia".

Foi a resposta que ele encontrou para a posição correta de Luís Trigo, descartando ingerências estrangeiras no conflito, provenham de onde provierem. Chávez, que prometera intervir militarmente no caso de derrubada ou morte de Evo Morales, sentiu-se insultado.

Por que não se cala? Suas bravatas inoportunas causaram mal-estar nas próprias fileiras governistas bolivianas, já que Morales cultiva a imagem de nacionalista e, dessa forma, fica parecendo um títere de Chávez.

A ordem de prisão do governador de Pando pode ser a gota d'água para o fim das negociações. Se cumprida, sinalizará que o encaminhamento das divergências passou para o terreno militar. É uma via que sabe-se sempre como começa, mas nunca como terminará.

Mas, as lições dos episódios anteriores nos permitem afirmar, sem medo de errar, que será muito mal.

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