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| Por Antonio Julio de Menezes Neto(*) |
PT, PSOL E PTSOL
1) PT: O PT surge em 78/79 e é oficializado em 1980. Apresentava-se como um partido radical e esquerdista para os padrões dos PCs da época. O seu nome já demarcava uma posição de classe.
Pois bem, no crescimento parlamentar o partido começou a abandonar as bases trabalhadoras. E, por fim, a ânsia de levar o Lula-lá fez com que o partido abandonasse a perspectiva classista e a luta contra o capital. Virou um Partido policlassista, conciliador e que não tinha o anticapitalista como meta. No máximo, pequenas políticas sociais e democracia.
2) Psol: contra isso, uma parte do partido se insurgiu desde o primeiro mandato de Lula e fundou-se o Psol. Retornariam as lutas contra o capital e assimilaram novas lutas.
E o que vemos hoje? Um Psol cada vez mais indiferenciável do PT. Um Psol que deseja ser o PT e, pior, um PT atual.
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| Faltou o balão com o pensamento do Lula: "Este é o filho que eu gostaria de ter"... |
Um Psol que lança o candidato a presidente com as bençãos do Lula. Com apoio até de mensagem de telão.
Que tem uma bancada de deputados federais que denunciam mais o golpe do que as bancadas petistas. Um Psol sem programa e sem rumo.
A única coisa conhecida é que não priorizam a luta contra o capital, a organização dos trabalhadores. Não passa de uma geleia geral tropicalista, que é pro mundo ficar Odara.
Enfim, esta é a esquerda em ascensão.
* sociólogo, doutor em Educação e professor da UFMG.
Boulos & psolistas: "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais"
4 comentários:
Vc que gosta de filmes:
Les neiges du Killimandjaro de Robert Guédiguian.
"Michel"(epa!) manda um recado para "nine fingers".
E você, anônimo, gosta de mensagens cifradas?
Para os leitores tentarem entender, eis o resumo do filme AS NEVES DO KILIMANDJARO, de 2011: "Michel, desempregado, vive feliz com a mulher. Uma noite, ladrões entram na sua casa e os agridem fisicamente. Eles ficam profundamente chocados. Seu desespero é ainda maior quanto descobrem que o mandante é um ex-colega de Michel".
Você está querendo dizer que as atuais agruras do Lula provêm do Temer? Seria uma interpretação um tanto forçada.
Essa jornada do Lula procurando justiça dentro das regras da burguesia e, pior ainda, tendo ele nomeado, sem nenhum critério de estadista, a maioria dos membros da mais alta corte do judiciário, aplica-se as palavras de Fernanda Torres [citadas para outro contexto] há alguns anos, num artigo na Folha;
"COMO EM ÉDIPO REI, AQUELE QUE MAIS PROCURA JUSTIÇA DESCOBRE SER ELE MESMO O CULPADO".
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Ah! Les Neiges...
Le bon Michel!
Nada há cifrado.
Michel foi dirigente sindical e por 35 anos. Quando foi despedido já tinha direito a aposentadoria.
A cena:
Sentado na varanda de sua casa com a esposa vê um casal de jovens e diz algo como "eles nos veem como burgueses".
"Pequenos burgueses" corrige Therese (a esposa).
Ele, pelo menos entendia que tinha se transformado num pequeno burguês.
Que não escutava mais ninguém "da base" (o cara que ele mandou para cadeia buscando a justiça "burguesa").
E procura redimir-se retirando a queixa. Nada.
Therese interessa-se pelos irmãos do ladrão - estavam sozinhos.
E ao final se comprometem a cuidar deles pelo tempo que o irmão ficasse encarcerado.
O grande recado de Michel é o de tentar consertar os erros e aplicar (e confiar) num outro tipo de Justiça, mais humana!
Celso nem tudo são indiretas ou confrontos.
Maniqueu adorava isso.
E, como disse a Compadecida (lembra de Ariano?), "quem gosta de tristeza é do diabo".
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