Há muito este blogueiro defende firmemente a posição de que idosos só devam ser encarcerados quando tiverem cometido crimes hediondos ou continuarem representando grave perigo para a sociedade. E isto se aplica também ao ex-presidente Lula, tanto quanto ao ex-governador Paulo Maluf, p. ex.
Mas, a Operação Lava-Jato produziu um clima de intolerância e histeria punitiva que justifica os piores excessos, jogando no lixo séculos de civilização e nos fazendo retroceder às trevas da Idade Média ou à lei de talião dos tempos bíblicos.
É inaceitável vermos procuradores de Justiça sustentando que a pena por crimes do colarinho branco deva ser igualada à pena por homicídio, sob justificativas demagógicas e toscas do tipo "a corrupção de valores altos mata".
Então, tenho sempre me posicionado no sentido de que Lula cumpra suas penas, sejam de quantos anos forem, em prisão domiciliar, cercado pelos entes queridos e tendo a oportunidade de refletir sobre o que fez e o que deixou de fazer.
Então, tenho sempre me posicionado no sentido de que Lula cumpra suas penas, sejam de quantos anos forem, em prisão domiciliar, cercado pelos entes queridos e tendo a oportunidade de refletir sobre o que fez e o que deixou de fazer.
Mas, foi simplesmente patética a pressão exercida sobre a presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, no sentido de que pautasse a rediscussão de uma decisão anterior da corte, num momento em que Deus e o mundo corretamente interpretarão a nova votação como um mero expediente para livrar o Lula da prisão sem passar recibo de que o objetivo é livrar o Lula da prisão.
Que coisinha feia! Tal pulo do gato trará à lembrança a chamada Lei Fleury, um casuísmo de que a ditadura serviu-se para evitar a prisão imediata do tocaieiro do Marighella quando este respondia pelos crimes que cometera como membro do Esquadrão da Morte.
Já que o STF não quer tratar os idosos da forma compassiva e humanitária como civilizados devem fazê-lo, que pelo menos jogue franco: conceda o habeas corpus pleiteado pela defesa do Lula!
Seria a opção mais honesta e digna nas atuais circunstâncias, tendo inclusive sido cogitada como uma saída para o impasse. Mas, como sempre, preferiu-se o caminho tortuoso. Não suporto mais essa forma de proceder bem brasileira, dissimulada e pusilâmine...
Seria a opção mais honesta e digna nas atuais circunstâncias, tendo inclusive sido cogitada como uma saída para o impasse. Mas, como sempre, preferiu-se o caminho tortuoso. Não suporto mais essa forma de proceder bem brasileira, dissimulada e pusilâmine...
Observação: na manhã de hoje (4ª feira, 21), a boataria na grande imprensa era quase toda no sentido de que o STF decidiria apreciar duas Ações Diretas de Constitucionalidade sobre se um réu pode ou não ser preso após ter sua condenação confirmada em 2ª instância, hipótese que repudiei, considerando-a um "mero expediente para livrar o Lula da prisão sem passar recebido de que o objetivo é livrar o Lula da prisão".
Parece que o Supremo concordou comigo, pois à tarde ficou resolvido que a corte pegará o touro pelos chifres: está marcado para amanhã (5ª feira, 22) o julgamento do recurso do Lula, que é o xis da questão neste momento.
Seria um erro tomarem uma decisão de ordem geral sob influência tão acentuada de um caso específico. Que decidam primeiramente o destino do Lula e noutra ocasião, com a imprescindível serenidade, se mudará ou não o entendimento daquela questão por parte do STF.
Um comentário:
Serenidade é o q menos se vê no ínfimo.
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