Repete-se tanto o escândalo Proconsult... |
Já lá se vai meio século que Roberto Marinho, com dinheiro que ia sempre buscar no exterior (suscitando boatos de que ele seria testa-de-ferro de um grupo estadunidense, para burlar as leis brasileiras que impediam estrangeiros de, como proprietários de empresas de comunicação de massa, fazerem a cabeça do nosso povo), adquiriu as Organizações Victor Costa. Aqui em São Paulo, a TV Paulista, canal 5, virou TV Globo.
Desde então habituei-me a ver as Organizações Globo como um todo, e o Jornal Nacional em particular, travando sempre o mau combate, com destaque para a canhestra tentativa de, juntamente com a empresa de informática incumbida de fazer a totalização dos votos, roubar uma vitória eleitoral do Leonel Brizola. Foi o chamado escândalo Proconsult.
Então, em nada me surpreendeu estar o jornal O Globo servindo de ponta de lança de uma tentativa tão tosca e canhestra quanto aquela, só que desta vez mais ambiciosa (derrubar um presidente da República em exercício, e não apenas impedir que a vitória eleitoral de um candidato a governador). Não tive a menor dúvida sobre quem seria o vilão da história, afinal cesteiro que faz um cesto, faz um cento...
Para minha estupefação, a maioria dos esquerdistas virtuais mudou e agora aplaude o Jornal Nacional, que neste sábado (20) desencavou dois peritos para quem o mundo é quadrado e o sol gira ao seu redor, numa tentativa desesperada de evitar que o castelo de cartas desabasse de vez.
Enquanto isto, O Globo mandou uma repórter entrevistar o perito Ricardo Caires dos Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo, aquele que constatou a existência de 53 edições na gravação incriminatória.
...quanto os contorcionismos para justificar o injustificável. |
O jornal carioca publicou que ele teria voltado atrás, diminuindo a conta para 14 pontos de edição, entre 15 e 20 pontos de corte e diversos trechos de ruído, além de declarar ser impossível localizar onde estariam os pontos de edição.
A Folha de S. Paulo voltou a contatar, por e-mail e telefone, o Caires dos Santos, o qual reafirmou tudo que havia dito anteriormente e, para não acusar a repórter do Globo de coisa pior, disse que ela havia entendido mal suas explicações técnicas.
Para o também perito Ricardo Molina, "percebem-se mais de 40 interrupções" na gravação e, para se chegar a uma análise mais acurada, seria necessário ele ter em mãos o gravador utilizado. Só assim daria para ter certeza de tratar-se de uma falsificação e não de um defeito do gravador.
Finalmente, o perito Marcelo Carneiro de Souza afirmou ter "identificado fragmentações em 14 momentos na gravação, isto é, pequenos cortes de edição no áudio".
Neste novo escândalo Proconsult, a minha posição é exatamente a mesma de 1982. Mas, muitos ditos esquerdistas esforçam-se para acreditar que as Organizações Globo agora cumprem o papel de mocinhos.
Fazem-me lembrar aqueles dirigentes comunistas que, quando Stalin firmou com Hitler um pacto que deixava a Alemanha nazista com as mãos livres para conquistar a Europa Ocidental, quebravam a cabeça tentando encontrar argumentos para sustentarem que o Führer, afinal, não era tão ruim como se dizia...
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