Em dia inspirado, o comentarista esportivo Juca Kfouri (que foi aliado da ALN durante os anos de chumbo, como quadro de apoio do saudoso Joaquim Câmara Ferreira) dissecou o não vai ter Copa e a reação absolutamente histérica e intolerante da rede virtual petista contra quem discorda das maracutaias que políticos e cartolas embutiram na festa do futebol.
A caixa de música da esquerda palaciana trata os black blocs e os indignados com virulência comparável à dos textos de Nelson Rodrigues e outros reaças contra os estudantes combativos de 1968.
Pior: desqualifica-os e os sataniza com uma retórica tão falaciosa que me fez lembrar não só os propagandistas da ditadura militar, como também sua inspiração maior, a máquina de propaganda criada por Joseph Goebbels.
Pior: desqualifica-os e os sataniza com uma retórica tão falaciosa que me fez lembrar não só os propagandistas da ditadura militar, como também sua inspiração maior, a máquina de propaganda criada por Joseph Goebbels.
Fico pasmo ao ver pessoas que pretendem ser de esquerda derramando profusas lágrimas de crocodilo sobre o fusca queimado de um infeliz que pegou as sobras do protesto ocorrido no aniversário da cidade de São Paulo e não dando a mínima para o manifestante baleado estupidamente por um PM na mesma ocasião. Um perdeu um carro velho, o outro chegou a estar em coma e quase perdeu a vida. Quem deveria importar mais para nós?
Recomendando a leitura na íntegra do artigo do Kfouri (acesse aqui), reproduzo os principais parágrafos:
"A Copa brasileira não será a 'Copa das Copas' como quer o governo, assim como o Brasil não é o país do futebol como supõe a Fifa.
Ao optar pelo megalomaníaco ao fazer a Copa em 12 cidades quando deveria tê-la limitado às oito exigidas pela Fifa, a Copa do Mundo no Brasil perdeu a oportunidade de ser a Copa do Mundo do Brasil.
Denunciar os elefantes brancos, o gasto desmedido de dinheiro público com estádios em vez de investimentos nas sedes, as remoções arbitrárias, por mais que irrite o jornalismo chapa-branca, é obrigação de quem, como dizia Millôr Fernandes, sabe que jornalismo é oposição, não armazém de secos e molhados.
Mentir e distorcer como fazem os que escondem 502 anos de História do Brasil, como se o país tivesse apenas 12, são outros 500, a outra face da mesma moeda".
2 comentários:
Já que o tema são gastos públicos desnecessários, pilaamordedeus, será que não dá para também ir contra os gastos públicos com o carnaval?. Principalmente, esse carnaval horrível que se faz hoje em dia. Todas as cidades do Brasil (todos os Prefeitos reclamam que não tem dinheiro para educação e saúde), vão gastar muito, talvez bilhões. Em todas as cidades tem festa de rodeio, e muitas outras despesas imensas com músicos, artistas horríveis. Vamos lá, todo mundo junto: "Não VAI TER CARNAVAL".
Estou totalmente de acordo, até porque detesto o Carnaval domesticado, controlado, descaracterizado e confinado aos sambódromos da vida.
Aliás, discorro sobre isto num artigo de 1980, que, afora um ou outro detalhe, continua perfeitamente válido: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2012/02/bau-do-celsao-festa-da-igualdade-da.html.
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