Mesmo atuando como mandante, o Santos sofreu neste domingo, 17 de agosto de 2025, uma acachapante goleada: 6x0.
E o pior é que tal humilhação não lhe adveio de uma das equipes líderes da tabela, mas sim da fraquíssima representação do Vasco da Gama, 16ª colocada da série A do campeonato brasileiro e uma das quatro recordistas de quedas (quatro vezes cada!) para a série B, com grande chance de terminar a atual temporada isolada como a pior das piores.
É o melancólico final da trajetória de glórias iniciada em 1955, quando o Santos conquistou o segundo campeonato paulista de sua história e, na sequência, passou a ganhar quase tudo que disputava no Brasil.
Depois, em 1962, foi a vez do planeta bola inteiro prostrar-se aos pés de Pelé e seus companheiros, principalmente por terem conquistado o Mundial de clubes destruindo o poderoso Benfica em pleno estádio da Luz, Lisboa, por 5x2!
Foram três gols do Pelé, um do Coutinho e um do Pepe, depois de já terem vencido o jogo de ida por 3x2 no Maracanã.
O substituto do Pelé, Almir, fez o jogo de sua vida. Estava, contudo, visivelmente alterado (naquele tempo não se controlava o doping), a ponto de, embora baixinho, atemorizar os zagueiros grandalhões italianos.
No tira-teima marcado para dois dias depois o Santos venceu por 1x0.
Décadas adiante seu bi mundial foi anulado pelos cartolas da Fifa, porque se tratara apenas de uma disputa do campeão da Europa contra o campeão das Américas.
Só que as equipes dos outros continentes não passavam de sacos de pancadas. Então, eu e muitos comentaristas esportivos nos recusamos a aceitar tal revisionismo ridículo. Copa Intercontinental? Uma ova!
O apogeu do Santos durou durou até o final da década de 1960 e foi suficiente para a Fifa considerá-lo o melhor time do mundo no século passado.
Sua decadência se daria paralelamente ao próprio declínio econômico do litoral sul paulista, que deixou de ser o destino preferido pelos turistas mais endinheirados à medida que o acesso ao litoral Norte por via rodoviária melhorou. Ubatuba tomou, então, o lugar do Guarujá.
De quebra, a corrupção corroeu o Santos por dentro, principalmente a partir da construção de um questionadíssimo balneário.
E, depois de sofrer em 2005, pelo placar de 7x1, a revanche do Corinthians (que tantas vezes goleara outrora e ao qual impusera um tabu de 11 anos sem ceder uma única vitória), chegou a vez de ser feito de gato e sapato por um clube tão decadente quanto ele próprio. O fundo do poço.
E não poderia ser outro que não Neymar o símbolo choramingas do novo vexame -- ele que, semi-aposentado, arrancou do Santos um contrato de valor estratosférico.
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