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Exemplo de imagem gerada por inteligência artificial |
Há também numerosos canais que se dedicam ao setor da saúde, podendo fornecer simples conselhos sem importância ou indicação de chás calmantes ou para bem dormir.
Entretanto, o surgimento da inteligência artificial vem facilitando a criação de canais destinados à saúde, nos quais vozes artificiais e figuras de branco com medidores de pressão no pescoço fazem as vezes de médicos inexistentes. O objetivo? Obter milhares de inscritos com acesso à monetização ou a uma discreta indicação de produtos à venda.
Isto já tem sido denunciado pela imprensa, porém desta vez é um médico cardiologista de Brasília, André Wambier, quem faz o alerta, escorado na notoriedade que atraiu 5,5 milhões de inscrições no seu canal:
"Eu cansei de ver canais sem qualquer credibilidade espalhando absurdos sobre saúde e colocando a saúde dos seus leitores em risco".
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Wambier: indignado com os fake |
Os médicos de blusa branca são deepfakes manipulados na imagem e na voz para difundir falsas informações.
Assim, existe praticamente uma campanha ou um grupo especializado na criação e manutenção desses deepfakes com o objetivo de vender suplementos ou produtos médicos, como sendo recomendações legítimas. Para tanto utilizam a figura falsa de um médico, apresentado como bastante experiente.
Um bom antivírus detecta rapidamente a tentativa de golpe ou de falsa publicidade. Para um observador atento, a imitação de médico mostra expressões faciais pouco naturais e a voz, embora imite a de um bom locutor, soa artificial ou robótica.
No Brasil, alguns desses canais de aconselhamento médico só têm a voz robótica, que se atrapalha ao chegar nas vírgulas dos textos que recita, enquanto na tela aparecem paisagens naturais, florestas, praias ou montanhas com fundo musical. Nada a ver com saúde, pura enganação.
Em seu Youtube, André Wambier desmascarou o canal no Instagram da simpática mas incorpórea doutora Laura Vasconcelos.
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Quem disse que uma robô não pode ser atraente? |
Nele não consta um documento imprescindível para o exercício da profissão, o registro do Conselho Regional de Medicina.
Outro denunciado é o canal da doutora Juliana, sem sobrenome e sem registro CRM. Sua voz soa falsa como a do GPS no carro e em quase todos os vídeos aparece o título Eu suplico ou Eu imploro" em letras maiúsculas.
A robô Juliana, avatar digital, tem sempre a mesma posição na tela e suas mãos repetem invariavelmente o mesmo movimento.
"Esses canais colocam no ar diversos vídeos por dia, são verdadeiras fábricas de mentira", diz Wambier, qualificando tais conteúdos de "uma mistureba indigesta de informações superficiais e rasas". (por Rui Martins)
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