sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

BRAVATAS INCONSTITUCIONAIS E ESTRIDÊNCIAS VULGARES MARCARAM A VOLTA DOS REPUBLICANOS À CASA BRANCA

 rui martins
POSSE DO TRUMP TEVE OFENSAS E AMEAÇAS
Quanto custará para o mundo a presidência nos Estados Unidos de Donald Trump, cuja posse foi marcada por declarações carregadas de prepotência, ofensas e ameaças, num cenário de show de televisão e de comédia musical, tendo um protagonista que deixava perceber sérios traços de megalomania?

E, perto do novo rei Midas, dizendo-se capaz de transformar seu segundo mandato numa nova idade de ouro para os EUA, os milionários donos das big techs estadunidenses, Elon Musk (X, Tesla, SpaceX), Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon) e Sundar Pichai (Google), capazes de controlar uma boa parte do planeta com suas redes sociais.

Diante de seus seguidores fanatizados, Trump assinou algumas centenas de ordens executivas, muitas com valor de decretos, sem se preocupar com suas consequências.

Assim, retirou os EUA do Acordo de Paris sobre o clima e demonstrou seu negacionismo saindo da Organização Mundial da Saúde. Ameaçou de invasão o Panamá para se reapropriar do canal ligando o Atlântico ao Pacífico, afirmou o retorno do protecionismo comercial e celebrou, sob aplausos, um nacionalismo desmedido e ultrapassado.
Nada surpreendente que esse clima tenha entusiasmado em excesso Elon Musk, a ponto de fazer um gesto qualificado pela imprensa como usado pelos nazistas de Hitler, sem esquecer seu apoio ao partido da extrema-direita da Alemanha.

A anistia concedida por Trump aos responsáveis pelo ataque ao Capitólio, no dia 6 de janeiro de 2021 é considerada uma aberração, pois o ataque, com violência e morte de policiais, atentou contra a própria estrutura constitucional do país.

Com maioria no Congresso, no Senado e na Suprema Corte, espera-se que Trump não seja tentado a alterar a própria estrutura democrática estadunidense.
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BRASILEIRO ILEGAIS - Não é de hoje que muitos brasileiros sentem-se atraídos pela perspectiva de viver nos Estados Unidos e tal tendência vem acentuando-se nos últimos anos entre os evangélicos. 

Atualmente cerca de 2 milhões de brasileiros vivem nos EUA com papéis legalizados. Outros 250 mil, contudo, lá estão como ilegais, visados pelas novas ordens executivas assinadas por Donald Trump logo depois da posse.

Uma dessas decisões não é ainda definitiva por fazer parte da Constituição norte-americana, é a relacionada à aquisição automática da nacionalidade norte-americana pelos filhos de imigrantes nascidos nos EUA. 

Essa medida só entrará em vigor provisório dentro de 30 dias. Porém, para se tornar definitiva terá de ser aprovada por deputados, senadores e pela Suprema Corte, pois faz parte de uma emenda à Constituição adotada em 1868, depois do fim da Guerra Civil, para conceder cidadania estadunidense a ex-escravos lá nascidos.

Não é o caso da reunificação de família, revogada por Trump. Ao mesmo tempo, Trump quer melhorar a verificação e triagem dos estrangeiros e permitir que sejam feitos controles de papéis mesmo nas escolas e igrejas. (por Rui Martins)

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