domingo, 30 de junho de 2024

EU AINDA NÃO MORRI (mensagem à ombudsman da "Folha de S. Paulo")

Prezada colega Alexandra Moraes,

quando do lançamento do UOL na década de 1990, as parceiras Grupo Folha e Editora Abril concederam aos primeiros assinantes do pacote o acesso virtual vitalício ao jornal Folha de S. Paulo e à revista Veja. Fui um deles.

A Abril recuou da sua promessa ainda no século passado: passou a liberar o acesso à edição anterior apenas no dia em que a nova edição entrava em bancas. Até que, em algum momento, até tal subterfúgio desapareceu de vez.

A Folha, aos trancos e barrancos, foi honrando seu compromisso, mas, desde a década passada, vem dificultando cada vez mais o acesso. 

Tornou-se frequente a utilização de uma nova modalidade de assinatura ("só para assinantes") para introduzir uma barreira criada posteriormente ao contrato original, o que, todos sabemos, é uma prática ilegal.

Mesmo assim, estressando-me e perdendo meu tempo com atendentes para exigir aquilo a que tinha direito, eu acabava contornando o obstáculo, obtendo acesso às matérias vedadas aos assinantes classe B e nelas ingressando com meus comentários.

A novidade na década atual é que até tal porta foi fechada. E eu, aos 73 anos, sendo jornalista e não advogado, estou solicitando sua intervenção:
— como assinante cujo contrato vigente está sendo desrespeitado, e
— como idoso que ainda tenho necessidade da informação adquirida vitaliciamente, mesmo que o seja agora apenas como cidadão e eu não exerça mais qualquer atividade remunerada relativa à minha profissão.

Espero que a colega aja com justiça. Afinal, não é minha culpa estar vivo até hoje, haver conservado a lucidez e não ter perdido a memória...

Atenciosamente,
.
CELSO LUNGARETTI
Em 30/06/2024
"...e todo jornal que eu leio me diz que a gente já era, que não é
mais primavera, oh baby, oh baby, a gente ainda nem começou..."

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