Foi há exatos 60 anos que Martin Luther King proferiu diante de cerca de 250 mil pessoas, nos degraus do Lincoln Memorial, seu histórico discurso Eu tenho um sonho, como parte da Marcha sobre Washington por Empregos e liberdade, da qual foi um dos principais organizadores.
A manifestação foi o momento mais marcante da campanha que levou à aprovação do Civil Rights Act of 1964 (Ato de Direitos Civis de 1964) e do 1965 Voting Rights Act (Ato de Direitos do Voto de 1965), garantindo total igualdade de direitos para os negros em termos legais; e o discurso de Luther King é tido como um dos maiores da História.
Aproveito para republicar uma apropriada introdução do grande jornalista e mestre cronista Apollo Natali, meu colega na Agência Estado e meu melhor amigo durante três décadas. Ele partiu há cinco anos, deixando como legado dezenas de textos candentes (boa parte deles publicados neste blog), verdadeiras lições de vida e de amor pela humanidade. (CL)
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"No dia 5 de dezembro de 1955, o menino negro Emmett Till, de 14 anos, foi assassinado por dois brancos, acusado de ter se insinuado a uma mulher branca. Foi surrado, levou um tiro de pistola .45, teve um olho arrancado e o pescoço amarrado com arame farpado a um peso para que afundasse no rio Tallahatchie.
O assassinato aconteceu em Money, no Mississippi, onde mais de 500 casos de inchamento de negros haviam sido documentados desde 1882.
Rosa Louise Parks fez a introdução ao discurso de Luther King como presidente da instituição. Antes, a atitude de Rose Parks, de não ceder seu lugar a brancos no ônibus, havia sido a semente de movimentos por direitos civis por todo o país. Morreu no furacão Catrina.
Em 3 de maio de 1963, 6 mil crianças marcharam pela cidade de Birmingham, em lugar de milhares de manifestantes que haviam sido presos. A resposta da polícia veio com cassetetes, jatos de água e cachorros ferozes contra a turba (!!!) infantil.
Em agosto desse ano mais de 200 mil pessoas se reuniram em frente ao Memorial Lincoln, em homenagem a Abraham Lincoln, o indeciso presidente norte-americano que, enfim, um dia levou à frente a causa da abolição. Luther King disse então: Eu tenho um sonho. Eu tenho um sonho de que um dia esta nação experimentará o verdadeiro significado de sua crença, de que todos os homens são criados iguais."
O menestrel John Sebastian foi ao célebre Festival de Woodstock só por amor
à causa, mas quando a chuva impedia a utilização de instrumentos elétricos, a
sorte lhe sorriu: foi convidado a subir ao palco com seu violão. Mostrando suas
próprias canções, como este tributo a Luther King, obteve sucesso imediato.
2 comentários:
March on Washington: the day MLK – and Dylan and Baez – made hope and history rhyme
https://www.theguardian.com/us-news/2023/aug/28/march-on-washington-martin-luther-king-bob-dylan-joan-baez
https://www.theguardian.com/society/2023/aug/29/martin-luther-king-told-me-i-wouldnt-see-50-the-long-momentous-life-of-clarence-b-jones
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