sábado, 1 de abril de 2023

O GOLPE DE 1 DE ABRIL DE 1964 FOI UMA SUCESSÃO DE FARSAS

 


O Golpe Militar de 1964 foi uma sucessão de farsas. Já começou farsescamente falsificando a data de sua eclosão, pois os golpistas, não querendo ser vítimas de troças associando seu movimento ao dia 1 de abril - dia da mentira - resolveram inventar nova data, 31 de março

Não pararam aí, contudo, as farsas, pois o golpe também se autointitulou Revolução, quando, na realidade, foi mera usurpação reacionária do poder, não tendo revolucionado nada além das contas bancárias de quem dele participou. Sim, porque, conforme já provado, o golpe foi feito à base de muitos dólares, os quais eram enviados em centenas de malas pelo Tio Sam para convencer os patrióticos oficiais brasileiros. 

Outra farsa foi terem usurpado o poder em nome da Democracia, apenas para impor ao país a mais brutal ditadura de sua história, com torturas, assassinatos, estupros, desaparecimentos, além de eleições suprimidas ou simplesmente negadas. Nunca antes - nem no período colonial, no Império ou mesmo no Estado Novo - a repressão foi tão bestial e a sociedade civil foi tão tolhida de participar dos rumos do país. 

Uma quarta farsa foi seu falso milagre econômico, adubado à base do endividamento titânico do Estado brasileiro e cujo único objetivo era aliciar a classe média e as classes trabalhadoras, isolando os revolucionários mais radicais no momento mais agudo da luta armada. O milagre do falso profeta Delfim Netto miou tão logo o choque do petróleo fez os dólares sumirem do país. O falso milagreiro, contudo, é até hoje respeitado na Economia, provando de novo o quanto essa disciplina é ela mesma também uma farsa. 

Por fim, a maior farsa viria à luz do dia muitos anos depois do bestial regime ter passado de acontecimento histórico para tema de história. Foi o aparecimento de seu filhote mais bastardo, Jair Bolsonaro e sua gangue, os quais viriam apenas para continuar a matança de brasileiros e assegurar cômodas boquinhas para o oficialato. 

Por ter sido farsa do princípio até depois do fim, o Golpe de 1964 merece todo o opróbio existente e ainda a ser criado, incluindo nisto seus apoiadores, executores e defensores, do passado, do presente e do futuro. Mais que uma quartelada, mais que uma tomada ilegítima do poder, o golpe hoje completado 59 anos foi o responsável por liquidar as possibilidades do Brasil vir a ser um país minimante justo, dentro dos limites capitalistas, deixando o legado de um país onde se morre e se mata por dois reais, às vezes até por menos. (por David Emanuel Coelho



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