Temendo sua prisão já a partir do dia 1º de janeiro, tratou de aproveitar sua imunidade ainda existente e ir buscar exílio no exterior.
Como se fosse qualquer ditadorzinho de república das bananas, passou primeiramente por Miami, o paraíso das elites bregas da América Latina.
Estivesse seu ídolo Trump no poder e certamente haveria boa acolhida para o covardão. Contudo, com seu desafeto Biden na Casa Branca, é provável que a Flórida sirva apenas de escala para futuramente fixar-se em algum país europeu governado pela extrema-direita.
A Hungria de Viktor Orbán é o abrigo mais plausível, pois lá as instituições possuem menos autonomia, facilitando as canetadas do executivo; algo diferente da Itália, também nas mãos da extrema-direita, mas ainda com um mínimo de democracia, podendo, com uma dose adequada de pressão, reenviar o esgoto para cá.
Enquanto centenas de bolsonaristas vão em cana Brasil afora e outros milhares mofam às portas dos quartéis, o grande líder parte escondido, sem deixar sequer uma palavra de apoio a quem colocou a própria vida em risco por sua causa.
Do exílio, certamente buscará um acordo para não ser punido por suas dezenas de crimes. Contará com a covardia típica no lulopetismo, ávido por colocar panos quentes no passado e perdoar até os piores facínoras se isso trouxer alguma vantagem política ou financeira.
Igual a 1985, os milicos deverão pressionar, a turma do deixa disso vai entrar em cena e todos no fim darão as mãos para mais um conchavão nacional. Anistia que há muito tempo já era proposta por Romero Jucá, só não sabendo então que incluiria também o medíocre deputado do baixíssimo clero.
No final, a pergunta restante, caso se concretize de fato a vexatória anistia, é quem foi o mais covarde: o vacilão Bolsonaro, que apenas seguiu a natureza da direita latino-americana, ou os pusilânimes da esquerda? (por David Emanuel Coelho)
2 comentários:
Parece que a covardia já está no âmago do brasileiro. É histórico! Sempre fazem um conchavo e fica bom para ambos os lados da contenda. Já dizia aquele quadro do humorístico Viva o Gordo, do saudoso Jô Soares: Brasileiro é tão bonzinho. Se compararmos com os hermanos da América Latina, vários canalhas, aqui, ficaram impunes e, pior, reabilitaram-se, pois, no Brasil, parece valer a infâmia de que o tempo apaga todas as sujeiras do passado. Por bem menos, delatores e infiltrados foram, em outros países, justiçados mesmo após o término de guerras civis e levantes. Já no Brasil, viveram tranquilos, como se nada houvessem feito no passado e que levou à desgraça e ao infortúnio inúmeras famílias.
Felinto Muller, é um exemplo, antes da impunidade de notórios torturadores da ditadura iniciada em 1964.
Felinto foi chefe da infame polícia torturadora de Vargas que, segundo Davi Nasser, jornalista, Muller foi o réu que faltou no Tribunal de Nuremberg por tantas atrocidades cometidas sob seu comando.
Na ditadura de 1964 foi líder dos militares no Congresso.Sempre reeleito senador por um Estado ninho de fascistas atuais.
Morreu no acidente do aeroporto de Orly, Paris.
Alexandre Veiga
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