Nada mais simbólico do que a atuação apagada da antiga estrela da seleção, seguida das dores e lágrimas emblemáticas da sua condição de ídolo caído.
Porque Neymar é a cara de uma parte dos brasileiros, aqueles que:
— só pensam em si mesmos;
— estão em guerra permanente para alçarem-se acima dos seus iguais (pois os veem como competidores e não como irmãos!);
— querem levar vantagem em tudo;
— são capazes de pactuar com qualquer tinhoso para atingir seus fins, não hesitando em receber grana ou bens em troca dos seus votos, nem em obterem favorecimentos indevidos do Fisco em troca de participar de campanhas eleitorais imundas.
[Uma agravante é quando o cidadão sonega impostos mas torra toneladas de dinheiro em megafestanças exibicionistas. Este pertence à categoria dos brasileiros que se acham maiores do que os demais brasileiros, merecedor de todos os privilégios e de todos os holofotes.]
Ninguém melhor para personificar uma nova etapa da vida nacional do que Richarlison, o futebolista que suou sangue para encontrar um lugar ao sol mas nunca esqueceu de onde veio e quem é.
Que paga seus impostos sem mendigar favores de genocidas e oferecer-lhes contrapartidas ignóbeis.
Que não nega contribuições para causas justas, inclusive a salvação de coitadezas que morriam sufocados ante a indiferença e os sarcasmos de quem tinha o dever de assegurar-lhes o mais elementar dos direitos humanos: o direito à vida.
Que pode vir a ser o pombo da paz entre os brasileiros, unindo-os como uniu na comemoração do mais belo gol da seleção canarinha de muito tempo para cá.
Pois só assim nossa gente conseguirá reconstruir este país reduzido a escombros durante o primado do ódio e da barbárie que perdura desde o primeiro dia de 2019, mas que tem dia certo para terminar, daqui a cinco semanas, na virada do ano. (por Celso Lungaretti)
2 comentários:
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Ars gratia artis!
Sem cálculo, tendo que fazer a bicicleta invertida, pois matou a bola e ela resvalou para trás de seu corpo, girou o corpo no ar com o domínio que só os craques tem.
Nem os pombos fazem isso!
Golaço!
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Tive um momento de genuína alegria e encanto.
Coisa rara em mim.
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Já o menino teve participação decisiva no primeiro gol ao criar pânico na defesa adversária com seus dribles velozes, a fagulha do gênio, porém, fominha, reclamava do Vini ter chutado a bola para o gol quando o artilheiro columbiforme, meio de canela, fez o gol.
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A Sérvia jogou muito cautelosa. Estava ali para não perder.
E foi lindo ver o escrete canarinho amedrontando o adversário só com sua presença.
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Avante!
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Independentemente de o Richarlison ser mais homem aos 25 anos do que o bostinha mimado jamais será na vida, é um ídolo muito apropriado para o Brasil neste momento da desbozificação.
O Neymar pretendia dedicar ao Bozo cada gol que fizesse? Então, torço para que sejam os gols do Pombo que nos levem ao hexa...
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