bruna nardelli
LONGE DO IPIRANGA E SEM LUXO, VEJA
7 MITOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Ao pensar na Independência do Brasil, a figura imponente de D. Pedro I às margens do Ipiranga, montado num cavalo alazão e cercado por uma enorme comitiva, parece vir instantaneamente à cabeça dos brasileiros.
Isto graças ao icônico quadro que eternizou o momento histórico do país: O grito do Ipiranga, de Pedro Américo.
Porém, a obra, encomendada por D. Pedro II, quando os ideais republicanos já ameaçavam a monarquia brasileira, apresenta uma série de equívocos em relação à proclamação. A cena real era sem glamour e bem mais bucólica do que a retratada pelo pintor.
1. GRITO LONGE DO IPIRANGA – Ao contrário do que sugere o quadro de Pedro Américo e a letra do Hino Nacional, o brado dado por D. Pedro I não ocorreu às marges do riacho Ipiranga. Na verdade, o príncipe proclamou a Independência do alto de uma colina que ficava próxima ao riacho.
2. INDEPENDÊNCIA COM DOR DE BARRIGA – Apesar de ter entrado para a história como um momento célebre de extrema bravura, a proclamação da independência foi bem bucólica e prosaica, “mais brasileira e menos épica”, como narra Laurentino Gomes, no livro 1808. Segundo a obra, D. Pedro estava sentindo um súbito mal-estar intestinal devido a algum alimento estragado que havia comido pouco antes no litoral paulista.
3. PROCLAMAÇÃO EM CIMA DE UMA MULA – D. Pedro não montava um cavalo alazão durante a proclamação da independência, e sim uma mula. Na época, era comum usar animais de carga para fazer grandes viagens, como o trajeto para Serra do Mar.
4. VESTIMENTA NADA GLAMOUROSA – Outro detalhe que não passa de imaginação é o uniforme luxuoso utilizado por D. Pedro durante o grito da independência. Historiadores afirmam que, na verdade, a vestimenta usada pelo regente no momento era bem mais rústica, como a de um simples tropeiro.
5. COMITIVA PEQUENA – A comitiva do príncipe não era tão grandiosa como se imagina. A estimativa é de que ela era composta por, no máximo, 14 pessoas.
6. DRAGÕES DA INDEPENDÊNCIA – A guarda de honra, que faz um semicírculo ao redor de D. Pedro no quadro de Américo, não existia na época. Isso porque a obra só foi ser produzida 66 anos depois da proclamação.
7. O SETE DE SETEMBRO NEM SEMPRE FOI O DIA DA INDEPENDÊNCIA – É um mito dizer que a independência do Brasil sempre foi celebrada no mês de setembro. Em 1822, a grande discussão era se o marco deveria ser comemorado em 7 de setembro, 12 de outubro (dia da aclamação de D. Pedro I) ou 1º de dezembro (dia da coroação de D. Pedro I).
A data festiva só foi de fato ser estabelecida no segundo reinado, com o objetivo de ressaltar o poder monárquico e reforçar a centralidade de Pedro II. (por Bruna Nardelli, para o jornal Metropoles)
Um comentário:
Simples, corajoso e determinado (nem a diarréia o impediu). Mais admirado ainda deve ser o imperador.(Batista)
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