Lula se recuperando do tumor de 2011 |
Conhecendo toda a trajetória desse partido, no qual militei durante uma década inteira (ingressei em 1979 para ajudá-lo a atingir o número de filiados necessário para obter o registro na Justiça Eleitoral), não tenho dúvidas de que o PT tentaria manter tal informação em sigilo até o final do pleito.
Daí minha decisão de abordar aqui um assunto melindroso, pelo qual eu passaria reto noutras circunstâncias.
No domingo retrasado (21), Gustavo Castañon, membro do diretório nacional do PDT, tuitou que "Lula deveria se submeter a uma avaliação médica pública para provar que seu câncer na garganta não voltou". [Referência a um tumor do qual Lula se livrou em 2011.]
Hoje (29) foi a vez de Ciro Gomes, o presidenciável do PDT, tuitar e logo depois apagar o seguinte:
"Será que não entendem que Lula está cada dia mais fraco fisicamente, psicologicamente e teoricamente para enfrentar a direita sanguinária?".
Some-se a isso a rouquidão do Lula tanto na sabatina do Jornal Nacional (25) quanto no debate entre candidatos de ontem (28), além do suspeito excesso de elogios ao companheiro de chapa nas duas ocasiões e a conclusão será óbvia:
— ou o Lula corre mesmo o risco de repetir a sina de Tancredo Neves, que decerto já estava com um leiomioma qiando concorreu à presidência pelo colégio eleitoral, não conseguindo depois governar por um dia sequer do seu mandato.
O pior é que a escolha de Geraldo Alckmin, direitista moderado, para vice da chapa desagradou boa parte dos quadros não só do PT, como também dos partidos de esquerda que estão a bordo da barca do Lula. Seria simplesmente ignóbil ludibriar toda essa gente que jamais quereria ver a faixa presidencial no ombro do carrasco do Pinheirinho, mas confiou na garantia do Lula de que saberia como lidar com ele.
O tempo urge e, se tais suspeitas forem infundadas, o PT precisa vir a público esclarecer todas as dúvidas o quanto antes e com a máxima transparência.
Já no caso de os receios serem procedentes, tem a obrigação política e moral de, honestamente, abrir logo o jogo, dando tempo à esquerda para concentrar seus votos e esforços num candidato que pertença realmente a nosso campo, ao invés de empoderar uma cria do Opus Dei.(Celso Lungaretti)
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