sexta-feira, 29 de julho de 2022

SUA ÚLTIMA CRÔNICA DEU A MEDIDA EXATA DA PUREZA DE SUA ALMA

Saiba mais sobre ele aqui 
Domingo se completarão quatro anos desde a morte de um dos melhores amigos que já tive e do melhor cronista que já li: Apollo Natali

No finzinho da vida, ele teclou no celular da acompanhante, em pleno leito hospitalar, uma derradeira crônica.

Sem forças para completá-la, pediu que eu a finalizasse introduzindo uma pequena apresentação dos médicos por ele citados/homenageados. 

Foi uma das incumbências mais difíceis que cumpri na vida. 

Sua última crônica deu a dimensão exata da pureza de sua alma. (CL)
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apollo natali
QUANDO NOSSOS CASTELOS DESABAM
O jornalismo é a paixão da minha vida. Minha praia, minha escola, minha luz.

Imprensa: deusa tutelar da espécie humana.

Jornalista: guardião da espécie humana.
"Essa é toda a minha vida. Meu castelo. Bonito ele, não?"
Tenho 60 anos de exercício do jornalismo na imprensa escrita. 

No papel jornal, revistas e jornais, 40 anos. 

Outros 20 na imprensa escrita na blogosfera. Mais de meio século de manancial de aprendizado sobre jornalismo e a vida.

Minha casa em São Paulo construí com as próprias mãos. Comecei aos 16 anos. 

Ao longo dos anos, telhas pesadas, vigas pesadas, tijolos pesados. Mãos pequenas. Briga boa e longa.

Essa é toda a minha vida. Meu castelo. Bonito ele, não?

Lindos sejam todos os castelos, todas as vidas.

Aos 82 anos, percebi agora há pouco,  minha vida passou. A caravana, lá vai ela, na curva da montanha. 
Pioneiros na descoberta dos antibióticos: Louis Pasteur...

Sempre tive saúde perfeita. Nunca bebi, jamais fumei, em tempo algum me droguei.

Sem fazer barulho, ele me procurou.

Quimioterapias, susto, medo, choro, emoções desencontradas.

Como é triste morrer, dizem-me os pesadelos. 

Meu castelo é só escombros.

Na cama do hospital, uma picada ou outra de injeção, figuras silenciosas, médicos, enfermeiros, enfermeiras, cuidam dos que sofrem. Primeira pergunta: sente dor?

Agora eu deliro.

Envia-nos o Criador, de tempos em tempos, almas especiais. Obtém meios em defesa da vida. Tarefa impossível nomear todos desde que mundo é mundo. 
...e Alexander Fleming.

Pioneiros na descoberta dos salvadores antibióticos: Joseph Lister, em 1860. Pasteur, Joubert, Fleming em 1928,  Em 1869, Czech¸ Honi, Bukowsky, Paul Ehrkucem. Em 1935, Kolebookl. Em 1936, Keny.


A penicilina, o primeiro antibiótico da história, descoberta em placas contaminadas com bolor, é do médico escocês Alexander Fleming. Sua teoria foi festejada com êxito por Fleury e Chain, em 1940.  

Varíola:  Edward Jenner descobriu a vacina antivariólica em 1796. A primeira de que se tem registro. Jenner desenvolveu a vacina a partir de outra doença, a cowpox, tipo de varíola que acometia das vacas. Percebeu que as pessoas que ordenhavam as vacas adquiriam imunidade à varíola humana.

A palavra vacina,  em latim significa de vaca. Por analogia passou a designar todo o inóculo com capacidade de produzir anticorpos. No século 18 a varíola era uma das doenças epidêmicas com  maior índice de mortalidade.

Raiva, do cientista francês Louis Pasteur.

Alguns brasileiros: Oswaldo Cruz, febre amarela. Miriam Tendler, de Manguinhos, desenvolveu a vacina contra a esquistossomose, causadora de morte de 300 milhões de cabeças de gado e outro tanto de seres humanos.

Manoel Dias de Abreu: raio-x. Leva seu nome, abreugrafia. 
Sabin vacinando no Brasil

Emílio Gonçalves Ribas. Combatente de endemias, criador de instituições meritórias, como o Instituto Butantã. 

A bem vinda anestesia: em 1844 dos dentistas estadunidenses Horace Weel e William Thomas Green Morton. Horace ficou conhecido por utilizar o gás nitroso, gás hilariante, como anestesia. Thomas protagonizou a primeira demonstração pública do uso do éter numa cirurgia.

O gás hilariante foi descoberto em 1776 pelo cientista  e ministro presbiteriano inglês Joseph Priestley.

O médico escocês James Simpson de Edimburgo foi o primeiro a usar o clorofórmio em 1847. Sua teoria foi largamente aceita pela medicina em 1853.

E mil medicamentos para combater  mil outros males da saúde menos agressivos.

Uns e outros são do contra. Fernando Collor de Mello, ex-presidente, convidou a deixar o país, por suas críticas à vacinação, o benfeitor da humanidade criador da vacina contra a poliomielite, Albert Sabin.

Muito agradecido por delirarem comigo. (Apollo Natali) 

2 comentários:

Anônimo disse...

O inexorável da vida. Ficam as saudades dos entes queridos. A vida é uma viagem na qual, no final, retornamos para reencontrar àqueles que partiram antes.

Anônimo disse...

Se poderemos encontrar os queridos que a todo momento no deixando saudades?

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