O atacante Cristiano Ronaldo, em franca decadência aos 37 anos, deixava o campo do Everton, sábado passado (9), com a cabeça inchada depois de outra atuação apagada e de mais uma derrota do Manchester United quando, de passagem, deu um tapa na mão do menino Jake, ferindo-a levemente e fazendo com este deixasse o celular cair no chão.
A mãe, Sarah Kelly, explicou que Jake, 14 anos, é autista e tem dispraxia. Estava eufórico por, na primeira vez que pôde assistir de perto a uma partida do seu clube do coração, o Everton ter vencido um clássico.
Então, ambos foram filmar a saída dos jogadores visitantes, principalmente daquele de quem Jack era fã: o próprio CR7.
Ao receber o tapa e perceber que a mão estava sangrando, Jake não conseguia nem falar.
E, se o ex-jogador ainda em atividade se revelou um repulsivo covarde, o Manchester United não ficou atrás em termos morais: decidiu que, como Cristiano se desculpou pelas redes sociais, não o punirá.
Outro indigno, Calleri, atacante argentino do São Paulo, fez praticamente o mesmo depois de o tricolor levar um chocolate de 4x0 na final do Paulistão, no domingo retrasado. A caminho do vestiário estapeou um jogador da base palmeirense, 15 anos, também quebrando o seu celular.
Por último, o técnico Rafael Soriano, da Desportiva Ferroviária (ES) deu uma cabeçada na bandeirinha Marcielly Netto, indignado porque o árbitro apitou o final do 1º tempo antes da cobrança de um escanteio em favor de sua equipe.
Ou seja, além de abjetamente agredir uma mulher, ele ainda descarregou sua fúria na pessoa errada, talvez porque não ousasse fazer o mesmo com um homem.
Foram os capixabas que deram o melhor exemplo de como devem ser tratados tais cafajestes que envergonham o esporte e dão péssimo exemplo aos torcedores: o clube anunciou a demissão de Soriano tão logo terminou a partida deste domingo (10).
COMO O MUNDO PÔDE PIORAR TANTO? – Eu tinha 13 anos quando peguei dois ônibus, junto com um colega de escola, para assistir ao meu primeiro clássico, num domingo chuvoso, no Pacaembu lotado. Ficamos nos molhando na geral, atrás de um dos gols, enquanto o único tento da partida acontecia do outro lado do gramado e mal conseguimos enxergá-lo, mesmo esticando-nos na ponta dos pés: um pênalti logo no início da partida. Mesmo assim, saí feliz da vida com a vitória do timão.
Depois foram vários outros clássicos, no Pacaembu e no Morumbi. E tenho imensa saudade daquelas tardes distantes em que me sentava lado a lado com torcedores adversários, conversávamos, dividíamos os salgadinhos, guardava-se lugar quando alguém ia no banheiro, etc., como devem se portar os humanos civilizados. Não éramos inimigos, mas sim pessoas que tinham em comum o amor pelo futebol.
Como o mundo pôde piorar tanto?! (por Celso Lungaretti)
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