terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SEGUNDO BOULOS, O BOZO TEM "PROBLEMA PATOLÓGICO COM AS MULHERES", INCLUSIVE NO "ÂMBITO DOMÉSTICO"

guilherme boulos
BOLSONARO,
O COVARDE
L
embro-me ainda hoje de quando assisti pela primeira vez à fatídica entrevista do general Newton Cruz, em que ele mandou o jornalista Honório Dantas "calar a boca" e depois partiu para a agressão física, apertando o seu pescoço. 

Um ato público de covardia, que retratava a ditadura militar. Parecia documento de um passado que, felizmente, não voltaríamos a vivenciar.

Neste domingo (12), no sul da Bahia, a cena foi repetida quase 40 anos depois: a repórter Camila Marinho levou um mata-leão de um segurança presidencial ao tentar se aproximar de Bolsonaro para fazer uma pergunta. Não foi a única. Outros jornalistas foram agredidos pela equipe palaciana e, depois, por bolsonaristas presentes.

Bolsonaro, covarde como poucos, especializou-se em agredir jornalistas, sobretudo mulheres. Quem não se recorda de suas grotescas insinuações sexistas contra a brilhante Patrícia Campos Melo, que revelou o esquema dos disparos de WhatsApp? 

Ou quando mandou calar a boca –como Newton Cruz a jornalista Laurene Santos em Guaratinguetá? Driele Veiga, Daniela Lima e tantas outras foram vítimas da misoginia presidencial.

O cercadinho do Palácio do Alvorada foi transformado desde 2019 em palco para escracho e humilhação de jornalistas diante de regozijo do séquito bolsonarista. 

Para além de seu problema patológico com mulheres, que a própria primeira-dama já sugeriu que se estende para o âmbito doméstico, sua atitude com a imprensa é expressão fiel da violência política que imprimiu ao país.

É famosa a frase que Pedro Aleixo, o vice-presidente civil de Costa e Silva, teria dito ao votar contra o AI-5 em 1968: "O problema é o guarda da esquina". 

O mais grave das agressões de Bolsonaro é a mensagem que passam. Estimulam seus seguidores a fazerem o mesmo e em dose redobrada. Não por acaso jornalistas foram agredidos em manifestações e vivem um clima de constante insegurança no exercício da profissão.

Aqui é importante separar o joio do trigo. A imprensa não está nem deve estar imune a críticas e contestações. 

Ainda mais num país com forte concentração empresarial dos grupos de mídia e em que muitos políticos de oligarquias locais têm concessão de rádios e TVs. Defender maior diversidade de vozes e posições políticas nos meios de comunicação é parte da democratização do país, atacar jornalistas é o oposto disso.

2022 será prova de fogo para a democracia brasileira. Bolsonaro tentará fazer das eleições uma guerra campal contra a esquerda, os movimentos sociais e a imprensa. Viveremos, sem dúvidas, cenas tristes de violência política em intensidade ainda maior. Newton Cruz parecerá um homem de bons modos. 

Definitivamente, amigos, não será uma escolha difícil. (por Guilherme Boulos)

2 comentários:

Anônimo disse...

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luisfranciscocarvalhofilho/2021/10/jair-bolsonaro-desperta-no-homem-comum-o-que-ha-de-pior.shtml

Anônimo disse...

Mais!

https://ivannlago.blogspot.com/2020/02/o-jair-que-ha-em-nos.html
e
https://noticias.uol.com.br/colunas/balaio-do-kotscho/2020/05/05/o-jair-que-ha-um-nos-bolsonaro-libera-o-que-ha-de-pior-nos-brasileiros.htm

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