Jair Bolsonaro tinha a faca e o queijo na mão para dar seu sonhado golpe de Estado em 2019, mas não ousou porque jamais foi algo além de uma farsa, um rato que ruge.
Quem quiser saber melhor do que estou falando, informe-se sobre a escalada ao poder por parte de Hitler, Mussolini, Pinochet e outros ultradireitistas competentes, comparando-as em seguida à desse ridículo vacilão que sempre me fez lembrar aquela música de 1969 do Vinícius de Moraes e Baden Powell, o Canto de Ossanha ("Vai! Vai! Vai!, não vou/ Vai! Vai! Vai!, não vou").
O que mais, por sinal, poderia esperar-se de um militar que (suprema humilhação!) entregou docilmente arma e moto para a bandidagem?
O trem da História partiu da estação e o genocida jamais terá outra chance de nele embarcar:
— perdeu suas bandeiras (o combate à corrupção, a intenção de dar fim à velha política, o liberalismo na economia, etc.);
— desiludiu a maior parte dos seguidores, para as quais já caiu a ficha de que caíram no conto do salvador da pátria; e
— vê suas chances eleitorais em 2022 minguarem cada vez mais.
Ninguém que tenha miolos ainda acredita nele. E o apoio que compra com recursos públicos evaporará assim que os realmente poderosos decidirem como livrar-se dele e quem ou o que botarão no lugar.
Agora, finalmente, uma alta autoridade teve brios para reagir aos seus surtos desvairados, o presidente do TSE e ministro do STF Luís Roberto Barroso.
Ele convenceu seus pares e, por unanimidade, a Justiça Eleitoral determinou a abertura de inquérito administrativo para investigar os ataques golpistas do Bozo às urnas eletrônicas e também a remessa do indescritível show de mentiras, grosserias e ignorância crassa no qual se constitui a live da última 5ª feira (29) para ser incorporada ao inquérito das fake news que tramita no Supremo.
É mais uma volta no parafuso, deixando antever que o circo dos horrores está cada vez mais próximo do encerramento da temporada. E única surpresa é tantos terem se omitido durante tanto tempo diante de alguém que é tão pouco, menos do que nada. (por Celso Lungaretti)
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