domingo, 1 de agosto de 2021

OS PROBLEMAS MENTAIS DE ESPORTISTAS CAUSAM DECEPÇÕES E ATÉ TRAGÉDIAS; OS DE CHEFES DE GOVERNO, ATÉ GENOCÍDIOS – 1

rafael reis
ALEMANHA VIVEU TRAGÉDIA NO FUTEBOL
POR IGNORAR IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL
Simone Biles vergou sob o peso da responsabilidade
Maior nome da ginástica artística na atualidade, a estadunidense Simone Biles chegou aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 com todos os olhos voltados para ela. 

A expectativa global era que empilhasse medalhas de ouro e se consagrasse como a protagonista da competição. 

Mas a trajetória da atleta de 24 anos no Japão tem sido outra. Ela participou apenas do primeiro aparelho na decisão por equipes e abdicou de competir nas finais do individual geral, do salto e das barras assimétricas –ainda não há confirmação sobre sua presença na trave e no solo.

Biles não está com nenhuma lesão física. Mas considera que, neste momento, não tem condições psicológicas de participar de um campeonato acompanhado de perto por bilhões de pessoas de todos os cantos do planeta. 

A desistência da superstar estadunidense levantou uma questão de extrema importância e que acaba normalmente sendo varrida para debaixo do tapete no esporte mundial: a saúde mental de atletas que lidam diariamente com altos níveis de cobrança vindos de técnicos, patrocinadores, do público geral e de si próprios. 

Por mais que as Olimpíadas sejam o grande evento esportivo do planeta e normalmente o maior sonho de um atleta, Biles desistiu de competir em várias provas. 
Depressão tornou sua vida curta demais 

Mas transtornos psicológicos já produziram danos muito mais expressivos no esporte mundial. Uma das maiores tragédias envolveu o goleiro Robert Enke, que defendeu o Barcelona e a seleção espanhola.

No dia 10 de novembro de 2009, seu corpo foi encontrado junto a uma linha de trem, na região de Hanover, onde morava. 

Aos 32 anos, o arqueiro vivia na época o melhor momento de sua carreira e provavelmente seria convocado para disputar a Copa do Mundo (talvez até como titular) que seria disputada sete meses mais tarde. Apesar do sucesso nos gramados, acabou se suicidando. 

O que pouca gente sabia é que Enke convivia desde a adolescência com um quadro de depressão. De acordo com sua biografia, o livro Uma vida curta demais, escrita por Ronald Reng, esse cenário piorou bastante durante sua passagem desastrosa pelo Barcelona (2002 a 2004) e ficou ainda mais drástico depois da morte da sua filha de dois anos, em 2006. 

Quando se suicidou, o então goleiro do Hannover 96 havia acabado de retornar aos gramados após um período de dois meses afastado por conta de uma infecção intestinal. Ele morreu apenas dois dias depois de sua última partida, um empate por 2 a 2 contra o Hamburgo. 

Com a morte de Enke, o futebol germânico começou a deixar de tratar a saúde mental como tabu. A Bundesliga e a Federação Alemã passaram a realizar campanhas de conscientização sobre o tema. 

Outros jogadores que conviviam com problemas psicológicos, mas não davam tanta importância a eles devido ao ambiente no qual estavam inseridos, foram em busca de tratamento. O goleiro René Adler, companheiro de Enke na Euro-2008, foi um deles. 

A viúva de Robert Enke administra hoje uma fundação que busca promover informações a respeito da depressão e ajudar quem precisa de um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para evitar novas tragédias como a que a do seu ex-marido. 

(por Rafael Reis, professor da Unaerp e
comentarista de futebol internacional no UOL)

2 comentários:

Anônimo disse...

Celso

Essa questão de saúde mental é vasta. Isto fica circulando pelas famílias.
O exercício do ódio faz parte. Muita coisa é consciênte.

Na psiquiatria, nem sempre é possível dizer: 'não teve culpa, porque era doente'

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/03/jair-messias-e-o-pai-dos-psicopatas.shtml

Também há a profissão que implica o mal:
https://crusoe.com.br/diario/se-querem-usar-violencia-os-profissionais-da-violencia-somos-nos-diz-vice-de-bolsonaro-que-acusa-o-pt/
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/582616-profissionais-da-violencia-artigo-de-eliane-brum
...do homem que age sob a ordem do mal em:
A ambivalência do mal na obra de Hannah Arendt: quando a banalidade implica o radical: (PDF)
e-revista.unioeste.br/index.php/diaphonia/article/download/17206/11436

Como diziam nossos avós: vamos de mal a pior

Anônimo disse...

https://2vynjo3oi9ijs29xb3fmjtn1-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2021/07/IMG_3173-680x510.jpeg
https://www.counterpunch.org/2021/07/30/slamming-china-wont-save-fossil-capitalism-from-itself/

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