Começou em Paris o julgamento de 14 cidadãos acusados de darem apoio logístico, financeiro ou material aos três terroristas responsáveis pelo ataque ao semanário satírico Charlie Hebdo e a um supermercado judeu em janeiro de 2015.
A bestialidade dos fanáticos, que acabaram mortos pela polícia, custou a vida de 17 pessoas, 10 das quais integrantes da redação do Charlie, inclusive o genial cartunista Georges Wolinski, que continuava na ativa aos 80 anos. Eu vinha acompanhando com muita admiração seu trabalho desde 1972, na saudosa revista Grilo.
Certamente tais abominações não suportavam o contraste com uma grandeza que jamais alcançariam, pois ela é inerente ao homem que assim se constrói com seus talentos e esforços.
E não dádiva de deuses e profetas que também são construídos pelos homens, só que pelos piores homens: aqueles infantilizados que não ousam assumir a responsabilidade pelos próprios destinos, daí necessitarem desesperadamente crer que alguém maior os conduz e zela por eles, como quando papais e mamães o faziam.
Nos posts abaixo os leitores encontrarão duas lições tiradas daqueles episódios sanguinários:
— a do Rui Martins, sobre a cegueira religiosa; e
— a minha, rechaçando a patética postura de alguns articulistas de esquerda, que então relativizaram as matanças em nome do sagrado direito de os párias da modernidade tentarem, com tiros e bombas, fazer a História retroceder à Idade Média.
Boa leitura! (por Celso Lungaretti)
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