Duas universidades britânicas estimam que o Brasil terá centenas de milhares de mortos se não adotar medidas de distanciamento para enfrentar o coronavírus.
Confrontado com essas previsões, Jair Bolsonaro deu risada. "Isso aí, no meu entender, é chute. Deve ter algum interesse econômico colocado em jogo aí", disse o presidente.
Bolsonaro é incapaz de apresentar evidências ou levantamentos sérios para justificar sua reação delirante à mais grave crise de saúde pública desta geração. O presidente se move por palpites, mentiras e interesses políticos. Está disposto a produzir um massacre com sua ignorância.
Pesquisadores brasileiros que trabalham diretamente no combate à pandemia alertam que há mais mortes por Covid-19 do que as anunciadas até agora. Esses especialistas dizem que algumas vítimas do vírus não recebem o diagnóstico correto.
Do sofá do Palácio da Alvorada, o presidente desconfia. Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que outras doenças causaram as mortes registradas até aqui.
Do sofá do Palácio da Alvorada, o presidente desconfia. Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que outras doenças causaram as mortes registradas até aqui.
Ainda contestou, sem provas, as estatísticas do estado de São Paulo. "Não estou acreditando nesse número", afirmou, sem oferecer nenhum dado.
Não adianta que o prefeito de Milão tenha dito que foi um erro incentivar as pessoas a continuarem trabalhando quando o vírus começou a se espalhar. A 8.901 quilômetros de distância, o brasileiro acha que o problema da Itália é a idade da população. Por isso, ele quer que todos voltem às ruas imediatamente.
Os dois únicos planos concretos de Bolsonaro são baseados em puro achismo:
— faz campanha pelo uso de cloroquina para tratar pacientes com Covid-19, mas não apresenta qualquer confirmação da eficácia do medicamento; e
— defende o isolamento de apenas parte da população, embora não tenha um mísero estudo sobre seu impacto.
O presidente despreza os fatos, mas sabe que o país terá milhares de mortes se a população seguir suas vontades. Ele não liga. "Alguns vão morrer. Lamento, é a vida", disse. (por Bruno Boghossian)
Um comentário:
Veja como tudo isso é um teatro do bozo, arquitetado pelos milicos.
STF acaba de conceder, a pedido do próprio bozo, a suspensão dos limites de gastos da lei de responsabilidade fiscal.
Enquanto durar a calamidade pública, a união, os estados e os municípios poderão gastar sem freios.
Na peça assinada pelo próprio bozo (lógico que há um ghostwriter), há o reconhecimento emergencial da calamidade...
A direita tá jantando a esquerda cirandeira.
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