Donald Trump tem enorme chance de perder o poder em 2020:
— seja pela via do impeachment, mais do que justificado no caso de um presidente dos EUA que chantageou um governo estrangeiro para forçá-lo a participar de um conluio contra um político estadunidense;
— seja por derrota eleitoral, único resultado plausível após tantas trapalhadas que cometeu.
Ciente de que caminha na corda bamba, deu uma cartada definitiva ao atacar o Irã da forma mais traiçoeira e covarde, sem declaração de guerra, jogando no lixo todas as convenções internacionais.
— seja pela via do impeachment, mais do que justificado no caso de um presidente dos EUA que chantageou um governo estrangeiro para forçá-lo a participar de um conluio contra um político estadunidense;
— seja por derrota eleitoral, único resultado plausível após tantas trapalhadas que cometeu.
Ciente de que caminha na corda bamba, deu uma cartada definitiva ao atacar o Irã da forma mais traiçoeira e covarde, sem declaração de guerra, jogando no lixo todas as convenções internacionais.
Resta sabermos quanto tal ato de pirataria custará ao mundo. Resta torcermos para que não seja o estopim de algo muito maior, como o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, num atentado de nacionalistas sérvios contra o herdeiro do império austro-húngaro, acabou provocando a 1ª Guerra Mundial.
Torçamos também para que tal bravata desvairada sepulte definitivamente a presidência caricata de lá que inspirou a presidência caricata de cá.
Por Celso Lungaretti |
Sobre as consequências do atentado de Sarajevo (ôps, quer dizer, de Bagdá) para o Brasil, reproduzo um bom artigo do Jamil Chade, mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Genebra.
jamil chade
TENSÃO ENTRE EUA E IRÃ COLOCA
ITAMARATY EM ENCRUZILHADA
ITAMARATY EM ENCRUZILHADA
Se tradicionalmente o Itamaraty adotou uma postura de construir pontes e evitar entrar em conflitos na região, a nova aliança entre Jair Bolsonaro e Donald Trump modificou a equação.
O assassinato de Qasem Soleimani pelos EUA tem sido condenado pela China, pela Rússia e mesmo pelos democratas americanos.
Na Europa, governos imediatamente lançaram apelos para que uma guerra seja evitada, mesmo que reconheçam o papel perigoso que Soleimani teve ao longo de anos na desestabilização da região e mortes.
Na Europa, governos imediatamente lançaram apelos para que uma guerra seja evitada, mesmo que reconheçam o papel perigoso que Soleimani teve ao longo de anos na desestabilização da região e mortes.
Na avaliação de especialistas, um conflito que já vinha sendo travado nas sombras agora ganha a luz do dia. E com consequências que podem sair do controle.
Uma das marcas do primeiro ano do governo brasileiro foi seu alinhamento automático com Washington. Mas, desta vez, o que muitos na ONU querem saber é como o discurso de submissão de Brasília vai ser traduzido diante da ameaça de um conflito maior.
O mercado iraniano tem sido um importante destino das exportações brasileiras. Mas a situação testa agora até que ponto Bolsonaro e Araujo poderão resistir aos americanos e adotar uma postura independente.
O mercado iraniano tem sido um importante destino das exportações brasileiras. Mas a situação testa agora até que ponto Bolsonaro e Araujo poderão resistir aos americanos e adotar uma postura independente.
Um episódio menor voltará a ter consequências terríveis? |
Nos últimos meses, o governo brasileiro tem sido pressionado por Trump a incrementar a pressão sobre o Irã, inclusive se distanciando de contratos comerciais e até mesmo o abastecimento de navios de Teerã.
Em alguns aspectos, o Brasil já cedeu. P. ex., o Itamaraty vai sediar, a pedido dos EUA, uma conferência internacional em fevereiro sobre a situação no Oriente Médio e Irã.
O evento, porém, é visto como um instrumento do governo Trump de estabelecer um plano para a região que permita frear a influência iraniana e apoiar governos aliados, como Israel.
Nos corredores da ONU, porém, um experiente diplomata lembra: jamais se mede uma aliança com base em declarações em tempos de paz. A questão, para o Brasil, é saber se irá condenar a ação de seu maior aliado ou chancelar um assassinato de estado que ameaça abrir um conflito de perigosas proporções. (por Jamil Chade)
Um comentário:
"E se Trump atacar uma instalação do PCC por aqui?", pergunta Etchegoyen https://bit.ly/36s78wi
Prestem atenção nessa fala do general Etchegoyen, em entrevista ao portal UOL:
"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Donald Trump] decide atacar uma instalação do PCC que refina drogas para os EUA por aqui?"...
Não é qualquer pessoa que disse isso, é um ex-chefe do GSI e do Estado Maior do Exército. Portanto, trata-se de alguém muito bem informado.
Assim, podemos inferir algumas proposições enunciadas como verdadeiras.
1. Existem, de fato, instalações do PCC que refinam drogas para os EUA por aqui.
2. E essas instalações são de conhecimento do GSI e, certamente, também do exército, do ministério da justiça, da polícia federal e, provavelmente, das polícias estaduais.
3. Os istêits têm conhecimento dessas instalações.
Ora, mas por que, então, as autoridades não desbaratam essas instalações ilícitas?
Somente os istêits é que iriam atacar essas instalações ilícitas ?
Vou dar uma dica. Lembrem-se dos ataques do PCC em SP em 2006, em que houve um acordo do tucano chuchu com a facção.
Qual o corolário disso ? Aquele acordo do chuchu virou modelo para um grande acordo nacional...é por isso que a taxa de homicídios vem caindo...
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