A substituição de educadores por militares parte da ideia de que a escola fracassou, que não consegue impor respeito, controle, disciplina e que, para o atual governo. o medo fará a juventude mais disciplinada, servil, submissa.
Ao exigir que os alunos, através da coerção, cumpram regras rígidas da cartilha militar, torna extremamente difíceis as manifestações de individualidades e a defesa dos direitos dos estudantes, o que fere o principio constitucional da educação como propiciadora do desenvolvimento pleno, o preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
A retirada de profissionais de educação – dos quais é exigida formação específica e pedagógica – substituindo-os por bombeiros ou militares, aprofunda o processo de desvalorização e desprofissionalização dos professores, desqualificando a escola publica como espaço de direitos, provocando, em decorrência, o avanço da privatização da educação.
O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, instituído pelo Governo Bolsonaro, constitui-se como uma tática eleitoreira, tipicamente fascista e de manipulação do medo, objetivando impedir o pensamento critico dos jovens pobres e adestrá-los como mão-de-obra .
Ao escolher populações vulneráveis, em bairros populares, repete experiências semelhantes já realizadas nos EUA onde estudos mostram que tais escolas acabam sendo uma passagem para as prisões, a rota da exclusão, ou rota escola-prisão, excluindo os jovens trabalhadores do acesso à cultura e à socialização do conhecimento.
A escola pública, necessária nos tempos atuais, além de possibilitar o acesso aos conhecimentos historicamente construídos, deve se constituir em espaço de atividade criativa e de manifestações de individualidade, de liberdade de expressão e da liberdade de ensinar.
A escola tem uma função social específica na sociedade sendo que a escola pública, gerida pelo Estado, é laica para todos e deve operar, de modo concomitante e não concorrencial, com outras instituições importantes, como família, mundo privado, religião e segurança.
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(trechos de manifesto divulgado há exato um mês pelo Movimento Unificado dos Educadores de Campinas, cidade escolhida para receber uma
dessas incubadoras de
autoritários)
dessas incubadoras de
autoritários)
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