Faz exatos sete anos que o Corinthians conquistou o Mundial de Clubes da Fifa, sendo até agora o último campeão brasileiro dessa competição.
A perspectiva de que o Flamengo finalmente interrompa a série de triunfos europeus dá um sabor todo especial à efeméride.
Mas, a minha esperança vai além: vejo nesse Flamengo mágico de 2019 (que infelizmente perderá muitas de suas estrelas para a próxima temporada...) potencial para não só levantar a taça, mas fazê-lo de forma categórica.
Pois, nas 15 vezes em que foi disputado o Mundial de clubes que a Fifa reconhece, não só ficamos em grande inferioridade face às equipes europeias (7 títulos espanhóis, 2 italianos, 1 alemão e 1 inglês), como vencemos mas não convencemos nas quatro finais em que prevalecemos:
— o Corinthians em 2000 só derrotou o Vasco da Gama nos pênaltis, depois de um tedioso 0x0 no jogo normal e na prorrogação;
— o São Paulo em 2005, o Internacional em 2006 e o Corinthians em 2012 ganharam sempre pelo placar mínimo, segurando-se na defesa e aproveitando uma das raras chances que criaram;
— os goleiros Rogério Ceni e Cássio salvaram suas equipes e foram, disparados, os melhores em campo nos anos de 2005 e 2012.
O que há para destacarmos na apoteose do bando de loucos em Yokohama?
Os milagres do Cássio foram mesmo impressionantes. O Chelsea, normalmente, teria feito uns três gols, apesar do nó tático que Tite aplicou no técnico Rafa Benitez. A diferença qualitativa entre os dois elencos era chocante.
Raras boas chances corinthianas andaram sendo desperdiçadas por Emerson Sheik que, após ser o herói da Libertadores, estava obcecado em obter glória pessoal, fominha como nunca.
O tento da vitória se deveu a um lance genial de Paulinho que, recebendo um lançamento longo de costas para o gol, deu um passe de primeira, de calcanhar e sem olhar para trás, na direção de Jorge Henrique.
A bem estruturada defesa inglesa se desarrumou com o lance imprevisto. Jorge Henrique devolveu para Paulinho de cabeça (belíssima tabelinha!) e este invadiu a área, atraindo marcação, para deixar a bola nos pés de Danilo.
Frio e cerebral, Danilo deu um corte e finalizou. O defensor Cahill ainda conseguiu interceptar o disparo, mas a bola subiu e, na queda, ofereceu-se limpa para a cabeçada de Guerrero.
Poucos cronistas esportivos reconheceram em Paulinho o jogador que quebrou a defesa do Chelsea com um toque de mestre. Só conseguiam enxergar o óbvio. (por Celso Lungaretti)
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