GUEDES É O MAIOR LUNÁTICO DO GOVERNO

A Escolinha do Professor Raimundo nos legou muitos personagens memoráveis. Dois deles são Rolando Lero e Brasilildo. 

Rolando Lero foi inspirado no picareta brasileiro médio, um cara com baixo QI e alta capacidade para enganar com papo. Mesmo sendo ajudado pelo professor Raimundo nas respostas, não conseguia dar conta. 

Já Brasilildo era um patriota roxo, tão roxo que se tornava loucura, defendendo todo tipo de maluquice e mostrando, no fim, paradoxalmente, ser um patriota sem noção de seu próprio país. 

Pois bem, Paulo Guedes é uma mistura de Rolando Lero com Brasilildo. Enrolador e mentiroso, dotado de baixo QI, engana com o papo de comerciante. Alienado do Brasil, com ideias exóticas, se camufla atrás de um nacionalismo oco – carteira verde e amarela, Mais Brasil, etc. – enquanto detona o próprio país e entrega tudo aos estadunidenses. 

Guedes é vendido como sendo a racionalidade no governo de alucinados. Eu mesmo defendi que ele seria um pé do governo no mundo concreto devido à sua condição representante dos interesses financistas. Dou a mão à palmatória, Guedes é um alucinado completo, em nível muito pior que Damares e Araújo, pois com poderes mais decisivos. 

Subiu mais ainda! Hoje está cotado em R$ 4,23...

Dilma foi e é muito criticada por sua tentativa de ressuscitar o nacional-desenvolvimentismo em pleno século 21, mas o que dizer de Paulo Guedes, cuja meta é exumar o neoliberalismo radical dos anos 70 e 80?

Em plena época de protecionismos, juros negativos e intervencionismo estatal, Guedes quer impor a ferro e fogo uma visão esclerosada, vinda diretamente de manuais empoeirados de Milton Friedman e George Stigler! Nem a Escola de Chicago acredita mais nestas ideias!

No centro do capitalismo mundial, Trump leva adiante uma batalha inglória em prol da manutenção nacionalista das empresas do Tio Sam, além de vociferar dia sim e outro também contra a política econômica do Federal Reserve. 

Na Europa, o Brexit é o canto de sereia da liberalização econômica da União Europeia. A ascensão das forças antissistêmicas no continente – à esquerda e à direita – sinaliza a falência completa do neoliberalismo por lá. Quem ainda insiste em adotar perspectivas mais neoliberais – Macron, p. ex. – afunda no turbilhão social. 

E a China? Ora, por lá a regra básica de competição econômica é desvalorizar sua moeda e avançar na construção de empresas chinesas de alta complexidade tecnológica. 

Onde, hoje, é praticada com sucesso a política de Guedes? Nossos hermanos tentaram fazer algo próximo e o resultado é de conhecimento geral. 

Mesmo o Chile já tinha se desviado em ampla medida do laboratório no qual Guedes trabalhou e, mesmo assim, a coisa por lá pega fogo. 

A inteligência e a boa informação do ministro pode ser lembrada em sua anedótica ignorância sobre o orçamento público. 

Ele simplesmente não sabia quando o orçamento era votado e queria, antes mesmo da posse de Bolsonaro, aprovar a reforma da Previdência. 

E suas previsões? Dignas de um Rolando Lero, primeiro afirmou que zeraria o déficit público em um ano, mas agora vai fechar o ano com déficit record. 

Depois, disse que o Brasil decolaria a partir de junho, mas presenciamos hoje um fracasso completo. 

Vaticinou a baixa do gás em setembro mas, batendo à porta de dezembro, o brasileiro vê o botijão acima de R$ 100. 

Agora, já partiu para mais uma promessa vazia: no ano que vem o Brasil crescerá o dobro deste ano. Desta vez ele tende a acertar, pois o dobro de zero é... zero. 

Ignorante, tosco, lunático e picareta, resolveu agora relembrar os bons tempos de pinochetista e defender o AI-5, além da repressão a manifestantes. 

Numa entrevista digna de um bolsonarista, recheada de impropérios, contradições e retórica de manicômio, resolveu decretar que a imprensa não deveria dar visibilidade ao discurso de Lula (aliás, tampouco se justifica o destaque que a mídia dá ao lixo radioativo que ele mesmo fala...).

Diante do fracasso de suas ideias, decidi que a única coisa possível a fazer é ressuscitar a repressão da era de ouro da ditadura chilena, quando quem ousasse ir contra a política econômica terra arrasada do novo regime simplesmente ganhava uma viagem sem volta para o fundo do mar. 

O auge de sua loucura foi certamente apresentar a taxação de desempregados como sendo um ato de bondade. 

Tirar 7% do seguro-desemprego de quem já está ferrado e precisa se virar para conseguir um prato de comida deve ser considerado uma iniciativa filantrópica?! Então, tragam rapidinho o Nobel da Paz para o Guedes!

Falemos claramente. Guedes é defendido e escudado pela mídia não por ser proativo, mas porque ele no governo garante que se toque a agenda de saques do setor financeiro, proprietário desta mesma mídia. 

A política econômica do ministro é um desastre e as ditas reformas só avançam por causa do propinoduto que corre solto na organização criminosa chamada Congresso Nacional. Maia, o Botafogo, orquestra a bandidagem. 

Seria muito mais difícil a tratoragem se no lugar de Guedes estivesse alguém minimamente escolarizado e cioso de seu dever funcional, e que não fosse um mero gatuno, ávido por governar em benefício próprio. 

Do mesmo jeito que os EUA viram com alegria a escolha (depois abortada) do idiota 03 para nossa embaixada em Washington – assim seria muito mais fácil imporem seus próprios interesses em detrimento dos do Brasil – a mídia e a banqueirada fica satisfeita com um lunático rapineiro na economia. Muito ajuda quem não atrapalha, já dizia dª Florinda. 

Guedes não poderia fugir da média de um governo de Bolsonaro. Cada ministro e assessor deve ser um espelho límpido do chefe e, portanto, só é possível ter no Ministério da Economia quem seja tão ignorante, tosco, truculento e jurássico quanto o próprio presidente. (por David Emanuel de Souza Coelho)