quarta-feira, 30 de outubro de 2019

NÃO DÁ PARA DIZER QUE O BOLSONARO ESTEJA ENVOLVIDO. MAS, PODE UM AMIGO DE MILICIANOS PRESIDIR O BRASIL?! – 2

O que há de concreto, no atual estágio das investigações policiais, é o seguinte: um dos envolvidos no bestial extermínio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes tinha algo muito urgente para tratar com o provável carrasco e, precisando entrar no condomínio onde também mora o hoje presidente da República, apontou-o como sendo aquele a quem visitaria. 

O porteiro fez a consulta de praxe e afirma ter recebido do apartamento em questão a autorização para franquear-lhe o ingresso.

Há muito a ser esclarecido, antes de podermos chegar a qualquer conclusão sólida. P. ex., já que o Bolsonaro estava viajando, não terá a pessoa que respondeu no interfone simplesmente entendido mal? Como não pertencemos à força-tarefa da Lava Jato, devemos respeitar a presunção de inocência...

Mas há, desde já, uma conclusão inescapável: tal criatura do submundo sabia muito bem que Bolsonaro morava lá, tinha o número do apartamento e motivo para crer que o deixariam entrar.

Se não podemos ainda falar em conhecimento, cumplicidade ou participação nos homicídios, a promiscuidade com a escória do submundo do RJ fica mais do que evidenciada.

O que são as milícias, afinal, se não uma organização criminosa que, a pretexto de proteger a comunidade contra bandidos, na verdade os elimina para tomar-lhes o mercado, contando para tanto com a proteção da polícia e de políticos como os Bolsonaros?

Lembrem-se: Pablo Escobar chegou até a ser deputado, mas nem a Colômbia aguentou por muito tempo a humilhação mundial de manter um notório narcotraficante no seu Legislativo.

E o Brasil, até quando aguentará ter um parça de milicianos como presidente? (por Celso Lungaretti)

Atualização  Escrevi o post acima antevendo que nada de mais grave seria provado contra Bolsonaro, ou seja, nada capaz de pôr seu mandato em risco. Então, preferi apenas colocar em questão sua proximidade com uma brutal organização criminosa..

Até aí, acertei em tudo. Errei, no entanto, ao acreditar que o jornalismo da Globo ainda mantivesse um padrão mínimo de qualidade. E o corvo disse: nunca mais!

Se o depoimento do porteiro não era totalmente confiável, uma matéria como aquela não tinha nenhuma justificativa para ser levada ao ar, pois, como disse alguém, não passaria de um factoide.

Depois dessa demonstração de quão errático anda o jornalismo da Globo, candidato-me ao cargo do Ali Kamel: aos 69 anos ainda ganho de goleada de quem aparentemente queria detonar o Bolsonaro mas acabou, isto sim, propiciando-lhe uma buffonata de auto-vitimização. (CL)

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