e tudo era só alegria,
na mesma esperança
ficava de novo criança.
Na grande avenida,
a vida perdida,
o encontro marcado
no claro da lua.
Tudo ficou tão contente
porque, minha gente,
de novo era povo na rua!
E o grande cordão
cantava o refrão que crescia,
da simples canção
que era de João pra Maria.
E o povo na rua
pensou que era sua,
de tanto que andava
atrás de qualquer alegria.
E na cantiga de João,
que era só ilusão,
jogou a esperança que havia.
A vida perdida é como
a mulher mais querida,
levando João e o povo
na mesma avenida.
E um dia de festa
só mesmo podia
fazer da tristeza
maior fantasia.
Quem sabe o canto da gente,
seguindo na frente,
prepare o dia da alegria!
(Geraldo Vandré)
A Páscoa celebra a ressurreição de Cristo.
Mas, seu reino continua não sendo deste mundo.
E, aos que estamos submetidos ao calvário interminável da exploração do homem pelo homem, não basta mais a esperança de um paraíso no além.
.
Queremos o paraíso agora!
Para que uma vida de verdade seja oferecida a esse povo que tanto anda atrás de qualquer alegria.
Então, os que sabemos o canto da gente, temos uma missão que, para nos, é sagrada: preparar o dia da alegria!
2 comentários:
Celso,
Essa ideia de que um paraíso é possível em vida é falsa e ilusória. Pior: a pretexto de se criar o paraíso a fórceps, como quiseram as ideologias totalitárias do século XX (fascismo e socialismo), produziram-se as maiores tragédias humanitárias já registradas. Esses mensageiros do bem são perigosíssimos, como ensina a história recente, pois desprezam o mundo e o homem existentes em nome da promoção de um ideal, o que na prática gera barbárie (o outro vira obstáculo na implantação da minha utopia, o que justifica que seja preso, censurado, exilado, perseguido, morto, etc).
O calvário de Cristo não foi para redimir a humanidade do sofrimento. A simbologia é a de que Cristo, na condição de filho de Deus, teve a extrema humildade de se igualar ao homem em seu sacrifício (inevitável).
A vida é invariavelmente uma experiência permeada de angústias, sofrimentos e tristezas. Claro que também existe a felicidade, o prazer, o amor, etc. Essa contradição é inescapável, como também o é algum grau de sacrifício, que devemos abraçar ao invés de refutar. Eis a sapiência da mensagem cristã. Não há paraíso possível em sendo nós seres conscientes de nossa finitude.
Ao menos hoje vivemos a era de maior conforto material da história, com menor taxa de pobreza e analfabetismo, com menos famintos e vivemos muito mais que nossos antepassados.
Daniel.
Daniel,
a fila já avançou. A tentativa de instaurar a sociedade mais avançada já concebida pela humanidade em países atrasados e incompatíveis com tal proposta degenerou em totalitarismo e matanças, mas isto não foi nem pode ser a regra, caso contrário teremos de nos conformar ao sofrimento eterno.
Na concepção original de Marx, o socialismo continua vivo como nunca e é a ÚNICA saída para a espécie humana nos dias de hoje: a reorganização do mundo tendo como prioridade suprema o bem comum e não a ganância privada.
Isto não tem nada a ver com ditadura do proletariado, estatização da economia e outros desvirtuamentos do passado.
É simplesmente a ideia de os homens cooperarem para que os recursos naturais e os criados pela ciência e tecnologia sejam aproveitados da melhor maneira possível, para o bem de todos e não para a abastança de alguns ociosos.
E é para onde as contradições do capitalismo nos estão conduzindo, pois inevitavelmente enfrentaremos, nas próximas décadas, depressões econômicas jamais vistas e uma crise ambiental que pode até destruir nossa espécie.
Teremos de nos unir para a sobrevivência e, se conseguirmos sobreviver, é bem possível que as lições sejam extraídas e a sociedade reconstruída sem os defeitos que estão levando a atual à beira do abismo.
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