O desembargador Athié constatou violação de regras jurídicas... |
Botando muito pano quente para dourar a pílula, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região Antonio Ivan Athié revogou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer, decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. O fulcro da decisão está aqui:
"Ressalto que não sou contra a chamada Lava Jato, ao contrário, também quero ver nosso país livre da corrupção que o assola. Todavia, sem observância das garantias constitucionais, asseguradas a todos, inclusive aos que a renegam aos outros, com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga".
Ou seja, salamaleques retóricos à parte, o desembargador afirma que o juiz Bretas, ao decretar a prisão preventiva de Temer antes que ele fosse ouvido, denunciado, indiciado ou condenado, desrespeitou as garantias constitucionais do ex-presidente, cometendo, portanto, não exatamente uma ilegitimidade mas, dando o nome certo ao boi, uma arbitrariedade.
...por parte do juiz Bretas. |
Enquanto muitos internautas de esquerda festejavam uma revanche tardia e suspeita, este blog desde o primeiro instante se posicionou com equilíbrio e firmeza:
"A prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer foi praticamente uma reprise da de outros famosos da política: espalhafatosa e discutível.
Os motivos jurídicos arguidos pelo juiz afinado com o lava-jatismo são inconsistentes e não passam do que, na linguagem das ruas, chamamos de forçação de barra...
O timing da operação revela uma clara disposição de o lava-jatismo dar o troco para quantos o contestavam, agora que está vulnerabilizado por seus fracassos recentes..."
E, numa discussão de Facebook, aprofundei um pouco a questão:
"Não resisto à tentação de relembrar uma das frases do Caetano Veloso, naquele seu desabafo contra os esquerdistas musicalmente conservadores que o vaiavam no Tuca em 1968: 'Vocês vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem'.
"Não resisto à tentação de relembrar uma das frases do Caetano Veloso, naquele seu desabafo contra os esquerdistas musicalmente conservadores que o vaiavam no Tuca em 1968: 'Vocês vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem'.
Temer e Lula estão acabados, morreram ontem. Nosso problema hoje são o bolsonarismo e os tenentes togados. E a prisão espetaculosa de corruptos caquéticos está sendo realizada pelos inimigos de hoje para favorecer seus planos de hoje.
Não a devemos festejar, mas sim explicar ao povo que a corrupção é inerente ao capitalismo e jamais terminará enquanto não dermos um fim ao sistema de exploração do homem pelo homem. Prendem-se uns, a onda passa, surgem outros e esse eterno enxugar gelo só serve para nos distrair do que realmente precisamos fazer".
5 comentários:
Celso, e essa tal "confissão' do Battisti...o que tu achou?
Não possuo informações confiáveis (certamente as da Agência Ansa não o são, elas expressam o poder e não quem combate o poder) para chegar a uma conclusão neste momento.
Quando as tiver, eu me manifestarei.
Celso, deixe de teoria da conspiração! Battisti é hoje um assassino confesso, e expressamente disse ter usado a esquerda mundial com sua narratuva farsesca de perseguido político.
A esquerda tem de se desculpar por ter defendido o assassino. O silêncio já está ensurdecedor.
Jornal Transnacional tratando as "vítimas" como um açougueiro, um joalheiro e um motorista. Sem qualquer referência a suas participações efetivas em grupos fascistas (MSI, NAR, TP etc) e organizações estatais durante os anni di piombo. Mostrou o filho de uma das vítimas em uma cadeira de rodas,dizendo que foi baleado durante a suposta ação do grupo ao qual Battisti pertencia, mas omitiu que o tiro que o atingiu partiu da arma do próprio pai. Isso nunca foi jornalismo!
Anônimo das 9h32,
pessoas presas podem ser coagidas ou convencidas pelos que as mantêm prisioneiras a dizer seja lá o que for.
Há mil formas: torturas físicas, torturas psicológicas, ameaças aos parentes, promessa de libertação se corroborarem as versões oficiais, etc.
Nunca se deve dar crédito total ao que tem tal proveniência, o certo é sempre colhermos mais informações antes de tirarmos conclusões.
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