quarta-feira, 13 de março de 2019

'LIGAÇÕES PERIGOSAS' COM AS MILÍCIAS DO RJ: BOLSONARO E WITZEL PRECISAM SE REDIMIR DOS ERROS DO PASSADO

bruno boghossian
REDE DE PROTEÇÃO ACOBERTA POSSÍVEIS
 MANDANTES DA MORTE
DE MARIELLE
Em fevereiro, quando policiais chegaram aos endereços de 13 integrantes do Escritório do Crime, oito deles já haviam fugido. A operação Os Intocáveis fora preparada com sigilo, mas os investigadores perceberam que alguém havia alertado a quadrilha de matadores de aluguel suspeita de assassinar Marielle Franco e Anderson Gomes.

A apuração das mortes da vereadora do Psol e de seu motorista são uma aula sobre a blindagem que milícias e o crime organizado em geral recebem da máquina política e institucional do Rio. Por um ano, os autores do assassinato foram acobertados por uma estrutura que funciona até hoje dentro do poder público.

Autoridades federais que atuaram na intervenção na segurança do estado em 2018 encontraram uma rede para proteger milicianos e contraventores. O complô usava a força política para se perpetuar. Raul Jungmann, então ministro da Segurança, dizia que o mecanismo transformava o Rio no coração das trevas.
Até a prisão, nesta 3ª feira (12), do PM e do ex-PM acusados diretamente pelas mortes de Marielle e Anderson, a quadrilha de assassinos foi favorecida por uma trama de depoimentos falsos, vazamentos e atrasos na apuração. A Polícia Federal precisou entrar no caso para fazer a investigação da investigação.

Um dos integrantes da intervenção diz, em caráter reservado, que os mandantes do crime não serão encontrados enquanto não houver mudanças profundas. Segundo ele, a teia de proteção continua estendida.

Nos meses em que esteve à frente da segurança do Rio, o governo federal não conseguiu desmantelar os esquemas que dão guarida aos criminosos. As transformações ainda dependerão de vontade política.

Durante a campanha, o governador Wilson Witzel participou do ato em que um candidato quebrou uma placa com o nome de Marielle, quando milicianos já eram suspeitos do crime. 

Por décadas, Jair Bolsonaro enalteceu e homenageou esses bandos. 

Os dois precisam se empenhar para redimir os erros do passado. .
(por Bruno Boghossian)

3 comentários:

Anônimo disse...

O último parágrafo do artigo é o que se chama, nas técnicas narrativas, de um alívio cômico.

Marco Aurélio

Vandeco disse...

Por que será que sobre o Celso Daniel, nunca aconteceu o que acontece com Marielle (em todos os aspectos nas mídias). Ele Prefeito e ela Vereadora. Pra uma (Marielle) comoção, pro outro (Celso Daniel) ostracismo. O que acontece? Por que será? O caso do Celso Daniel é mais nebuloso do que as nuvens de chuva que provocaram chuvas em São Paulo. Ao Contrario para Marielle é céu de Brigadeiro para todas as investigações até agora (a mídia toda a favor). Mas, como o Delegado já não será o mesmo. Acho que o caso Mariellle poderá também ir para as nuvens nebulosas tal qual de Celso Daniel. Os poderosos de sempre mandam no Brasil. E a constituição de 1988, feita por eles, os poderosos, de todos os partidos, é mais que perfeita para a impunidade. Brasil, o País da impunidade. Ser político no Brasil é e sempre será O MELHOR EMPREGO DO MUNDO. Somos "Hour Concours".

celsolungaretti disse...

Ora, Vandeco, o caso Celso Daniel envolvia o PT enquanto o Caso Marielle compromete as milícias de estimação do Bolsonaro. Simples assim.

Quanto ao comportamento da imprensa, veja o meu caso: sofro injustiças gritantes e informo a mídia com fartura de detalhes. Não sai nada, porque sou revolucionário definitivamente assumido, haja o que houver não mudarei as minhas convicções.

Se fosse algum desses que estão fugindo precipitadamente do país, receberia o mesmo tratamento? Não. Poltrões o sistema ajuda com prazer. Por mim jamais moverá uma palha.

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