Já não é mais só complexo: assumimos definitivamente a condição de vira-latas!
Eis que, nesta 2ª feira (18), foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União com um decreto do presidente Jair Bolsonaro dispensando os cidadãos dos Estados Unidos da necessidade de visto para entrarem no Brasil.
Visando disfarçar um pouco o caráter bajulatório da medida, a política de portas abertas foi estendida aos australianos, canadenses e japoneses, mas até as pedras das ruas sabem que se trata de um agrado ao presidente dos EUA, Donald Trump, que certamente deverá considerá-la irrelevante e ridícula.
A isenção de visto, que entrará em vigor no próximo dia 17 de junho, se aplica aos que viajam ao Brasil para fins de turismo, negócios, trânsito e para realizar atividades artísticas e esportivas, além de pessoas "em situações excepcionais por interesse nacional" (uma categoria extremamente suspeita, que serve para tudo e na qual cabem todos).
Mas, o pior é que se trata de uma iniciativa unilateral. Ou seja, os cidadãos brasileiros que forem aos EUA continuarão sendo malvistos e malquistos, alvos de todas as suspeitas, tratados como potenciais terroristas ou imigrantes ilegais. Já para os estadunidenses só faltará estendermos um tapete vermelho.
Cinicamente, o governo alega que o turismo brasileiro deverá beneficiar-se, já que se trata de visitantes com alto poder aquisitivo e de baixo risco migratório.
Se o motivo é este, que tal nos rebaixarmos mais um pouquinho e isentarmos de punição os estadunidenses que venham praticar turismo sexual no Brasil?
Fazendo jogo rápido, dá para providenciarem o novo decreto em tempo de sair no Diário Oficial de amanhã; ou produzem mais uma edição extra, por que não?
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