A corrupção dispara sob o populismo... |
O que resultou/está resultando das "palavras, atos ou omissões" dos populistas do passado recente e da atualidade? É a indagação à qual o cientista político Yascha Mounk e a pesquisadora Jordan Kyle tentaram responder com dados estatísticos, em artigo publicado na renomada revista de Boston The Atlantic, cujos focos são a ciência política, os assuntos internacionais e a crítica literária.
Eis suas conclusões, resumidas pelo escritor português João Pereira Coutinho, doutor em ciência política que quase sempre nos brinda com abordagens interessantes dos temas atuais:
"Os autores olharam para 46 líderes populistas em 33 democracias no período entre 1990 e 2018. Os sinais não são animadores.
Para começar, os líderes populistas tendem a se perpetuar no poder: a média é seis anos e meio contra os três anos dos democratas normais.
Além disso, 50% dos líderes populistas analisados reescreveram, na totalidade ou em parte, as respectivas constituições, com o fino propósito de enterrar a limitação de mandatos ou de suspender o poder moderador do sistema de freios e contrapesos.
...como já deveríamos estar carecas de saber. |
Como consequência, verifica-se uma regressão mais acentuada da qualidade da democracia quando existem populistas na praça: uma regressão de 7% na liberdade de imprensa; de 8% nas liberdades civis; de 13% nos direitos políticos.
Em matéria de corrupção, a besta negra do populista clássico, 40% dos líderes populistas sob estudo estão ou estiveram indiciados pela prática de crimes.
Moral da história?
O problema do populismo contemporâneo não está nos seus princípios, muito menos na sua lógica eleitoral. Está nas consequências mensuráveis da má governação".
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