Reportagem de Constança Rezende e Fábio Serapião n'O Estado de S.Paulo reforça em muito as suspeitas de que os depósitos regulares na conta do deputado estadual Flávio Bolsonaro provinham de funcionários do seu gabinete, obrigados a entregar-lhe uma parte dos seus vencimentos.
Mais da metade dos depósitos em espécie recebidos por Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista do deputado, aconteceram no dia do pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro ou em até três dias úteis depois.
Quem cospe pra cima... |
Uma análise do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que apontou movimentações atípicas em contas de assessores e ex-servidores do legislativo, mostra que 34 das 59 operação financeiras seguiram a mesmo padrão. O restante ocorreu em até uma semana.
O Estado identificou que 15 depósitos em espécie na conta de Queiroz ocorreram nos mesmos dias de pagamento dos servidores da Alerj em 2016.
Essas datas variaram a cada mês, por causa da crise do Rio, que levou a atraso nos salários, mas foram mapeadas através do cruzamento do relatório do Coaf com o cronograma de pagamentos da assembleia fluminense.
3 comentários:
O relatório do Coaf citou 21 deputados estaduais do Rio de Janeiro.
O primeiro da lista é André Ceciliano, do PT, cujos assessores movimentaram 49,3 milhões de reais.
O segundo, de acordo com a Folha de S. Paulo, é Paulo Ramos, do PDT, com 30,3 milhões de reais.
Márcio Pacheco, do PSC, aparece em terceiro lugar, com 25,3 milhões de reais.
Flávio Bolsonaro, curiosamente, ficou em 17° lugar, atrás até mesmo de um deputado do PSOL, Eliomar Coelho.
Por acaso as leis mudaram e o que importa agora é quanta grana o contraventor obteve com a contravenção?
Flávio Bolsonaro, desde que o pai foi eleito, vem se comportando como se também fosse um dos superministros, no mesmo nível do Guedes e do Moro e superior a todos os outros.
Agora, contudo, ficamos sabendo o que ele fazia em passado recente: algo tão ilegal quanto ridículo.
E, claro, a imprensa quer saber até onde vai o compromisso do pai dele e do Sérgio Moro com o combate à corrupção.
O que já se apurou é mais do que suficiente para ele ser imediatamente afastado de qualquer atividade relativa ao novo governo.
Se isto não acontecer, saberemos que nada mudará a partir do dia 1º e que as promessas moralizantes de campanha não passavam de conversa pra boi dormir.
Se o Bolsonaro não se precaver "os príncipes" poderão acabar com o seu reinado.
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