david emanuel de souza coelho
O NOVO DESTA ELEIÇÃO É BOLSONARO
Palhaços sinistros não deveriam sair das telas para as urnas |
O conceito de farsa ou burla é muito usado na estética para designar composições artísticas que fingem pertencer a um domínio da arte. Um grande exemplo desta forma estética é a ópera bufa, na qual se imitam aspectos formais da ópera dramática, mas com conotações cômicas.
A farsa sempre tenta se passar por alguma coisa outra, imitando sua forma, mas, no entanto, trazendo um conteúdo profundamente diferente. É como um gato travestido de cachorro.
O efeito cômico reside justamente na contradição entre a forma imitada e o conteúdo real. Por seu aspecto cômico, a farsa é muito utilizada no carnaval, p. ex.
O fascismo é a forma política farsesca por excelência. Isto porque ele tenta imitar a forma da mudança, do novo, mas seu conteúdo é velho, antiquado.
É o motivo de o fascismo ser essencialmente cômico; seus líderes são em geral palhaços, figuras ridículas e risíveis. Eles falam de formas sociais já caducas como se fossem novidades e é daí que vem o seu aspecto humorístico.
É o motivo de o fascismo ser essencialmente cômico; seus líderes são em geral palhaços, figuras ridículas e risíveis. Eles falam de formas sociais já caducas como se fossem novidades e é daí que vem o seu aspecto humorístico.
"Há 30 anos usufrui das benesses do sistema político podre" |
O deputado federal é uma raposa velha da politicagem nacional. Há 30 anos no Congresso, usufrui de toda sorte de benesses do sistema politico podre. Não satisfeito com isso, ainda colocou seus filhos e mulheres para também parasitarem o sistema político.
O que faz a máscara de Bolsonaro grudar frente aos eleitores é o fato de ele ter sempre sido um congressista nulo. Não que ele fosse do baixo clero, ele era do baixíssimo clero, uma figura insignificante que jamais liderou absolutamente nada. A política pra ele sempre foi um meio de enriquecimento e nada mais.
Esta sua nulidade favorece seu discurso frente ao eleitor, pois este o associa como não sendo parte do sistema político falido. O eleitor é enganado por um golpe de vista e ignora o quão enraizado na podridão política está o candidato fascista.
É aí onde entra a burla, a farsa, pois um filhote do regime decadente posa de rebelde contra ele.
No entanto, não é ainda isto o determinante da natureza farsesca de Bolsonaro. Obviamente, ele poderia ser um velho quadro da velha política repentinamente passado às fileiras da mudança. Getúlio Vargas fez isso e muitos outros também.
O discurso programático (se pode se chamar de programa aquele amontoado de bobagens) é, contudo, um discurso reacionário, não novo. Ele não propõe romper com o atual sistema social para ir à frente, mas para voltar para trás.
É aí que surge, em seu caráter fundamental, a farsa da sua figura. Pois, vestindo a roupa de novo, na verdade o candidato traz um conteúdo velho.
O discurso programático (se pode se chamar de programa aquele amontoado de bobagens) é, contudo, um discurso reacionário, não novo. Ele não propõe romper com o atual sistema social para ir à frente, mas para voltar para trás.
É aí que surge, em seu caráter fundamental, a farsa da sua figura. Pois, vestindo a roupa de novo, na verdade o candidato traz um conteúdo velho.
Não apenas velho, mas anacrônico, próprio de uma época já enterrada pela história. É como embalar um antigo telefone de disco na caixa de algum modernoso celular e dar de presente para alguém. A burla só poderá gerar gargalhadas.
O fato do neofascista Bolsonaro ser burlesco e cômico não é uma justificativa para considera-lo inofensivo. Deve-se lembrar que o cômico não trabalha apenas em prol da alegria e da humanização. Como é mostrado amplamente na temática do bullying, o humor também pode servir à desumanização e ao ódio.
Discurso de Chaplin em O grande ditador: válido como nunca! |
A única forma de combater o novo farsesco é abrir caminho para o novo autêntico. Somente o casamento autêntico entre forma e conteúdo pode liberar as forças criativas da sociedade e fazer a humanidade avançar de fato. Mas, para isto, talvez – e infelizmente – o caminho tenha de ser pelo calvário da farsa. (por David Emanuel de Souza Coelho)
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