domingo, 15 de julho de 2018

ACABOU A FARRA DOS AZARÕES

Dois grandes acontecimentos esportivos tiveram o mesmo desfecho neste domingo, 15: os azarões jogaram como nunca e perderam como sempre.

Na decisão do Mundial de futebol, o consistente selecionado da França derrotou por 4x2 o voluntarioso escrete da Croácia. Saiu barato.

Os franceses lembraram o Corinthians do técnico Fábio Carille, campeão brasileiro de 2017: ao se defender sabia sofrer, aguentando  a pressão adversária sem se descontrolar nem ceder chances claras de gol; e no ataque, tirava ótimo proveito das contra-ofensivas, tornando-as fulminantes. De quebra, os gauleses mostraram muita competência nas bolas paradas.

Marcaram dois gols com belos arremates de fora da área (Pogba e Mbappé) e acharam os outros dois com o croata Mandzukic fernandinhando num chuveirinho e seu companheiro Perisic cometendo um toque casual que hoje é considerado pênalti.

O mesmo Perisic conseguiu fazer um golaço para a Croácia, descobrindo um espaço para seu disparo atravessar uma floresta de pernas; e o goleiro francês Lloris entregou um gol de graça ao tentar driblar Mandzukic.

Venceu o selecionado com melhor jogo coletivo  e que possuía mais jogadores talentosos, capazes de fazer a diferença nos momentos nevrálgicos. A Croácia precisaria de outros Modrics para ter chances reais de levar a taça, um não bastou.

Muita onda se fará acerca da arbitragem, mas:

— o primeiro gol da França começou numa falta duvidosa, como há aos montes em todas as partidas de futebol; não era lance perigoso em si e a marcação do árbitro passaria despercebida se Mandzukic não houvesse dado uma cabeçada típica de centroavante... contra sua meta; e
.
— antes o pênalti era assinalado quando um defensor cometia toque intencional dentro da área, mas em 2014 a Fifa mudou a interpretação (passou-se a considerar penalidade se a bola for interceptada com a mão ou com o braço, mesmo sem intenção). O atleta agora só se salva se estiver com o braço colado ao corpo. Perisic estava com o braço em movimento e as duas trajetórias se encontraram, a do braço e a da bola. Não concordo com tal regra, mas é a vigente e, segundo ela, foi, sim, pênalti.
                                                                                                                                                   .          
O CAMPEÃO VOLTOU E KEVIN ANDERSON MORREU NA PRAIA – Assim como a Croácia jamais atingira uma final de Copa do Mundo e precisou desgastar-se enormemente (três prorrogações!) para chegar a um passo da glória, o tenista sul-africano Kevin Anderson teve de suar sangue para conseguir, aos 32 anos, sua primeira chance de sagrar-se campeão em Wimbledon, o mais tradicional dos slams.

Foram cerca de quatro horas e meia na quadra diante de Roger Federer na quarta-de-final e seis horas e meia contra John Isner na semifinal. Caindo aos pedaços, foi facilmente dominado pelo sérvio Novak Djokovic nos dois primeiros sets (6x2 e 6x2).
Mais um troféu de vice para Anderson

No terceiro buscou energias no fundo da alma para tentar salvar-se, mas conseguiu apenas levar a decisão para o tie-break, quando a categoria e sangue-frio do Djoko prevaleceram (7x3).

Diferentemente da Croácia, Anderson já batera uma vez na porta do paraíso, com o mesmo resultado decepcionante: foi derrotado por Rafael Nadal na final do US Open do ano passado.

Com isto, encerrou-se uma estranha etapa do tênis profissional. Tidos como já decadentes e vindo de contusões e apagões, Federer e Nadal ressuscitaram ao mesmo tempo em 2017: com mudanças significativas na maneira de atuar, aproveitaram bem um momento em que a bruxa andava à solta pelos lados de Djokovic, Andy Murray e Wawrinka, bem como dos talentos promissores da nova geração. 

Com isto, numa idade em que ganharem um último slam já seria uma grande proeza, conquistaram três cada (os quatro do ano passado e os dois primeiros deste ano).

Agora, com Djokovic finalmente recuperando a forma, a fonte deve ter secado.

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